Porque o povo murmurou no deserto?

Perguntado por: eviana . Última atualização: 29 de janeiro de 2023
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O Livro dos Números narra um momento muito delicado da caminhada do povo de Deus no deserto; do povo que saiu da escravidão do Egito, rumo à terra prometida, mas, no meio da caminhada o povo sente o cansaço, a dor e por causa disso começam a reclamar, murmurar; começam a maldizer e atacar a Moisés e a Deus.

36 E os homens que Moisés mandara para espiar a terra, e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, difamando a terra, 37 Aqueles mesmos homens, que difamaram a terra, morreram da praga perante o Senhor.

Jeremias 2:13 descreve os problemas que eles tinham. Não apenas rejeitaram as águas vivas (o Deus vivo), mas suas cisternas (reservatórios de água), que simbolizavam sua vida espiritual, tinham buracos e não podiam conter água.

Conforme instruído pelo Senhor, Moisés enviou 12 espias para explorar a terra de Canaã e relatar o que encontraram. Depois que dez dos espias “infamaram” a terra (Números 13:32), os israelitas temeram que o povo fosse forte demais para ser conquistado e não tiveram fé suficiente para entrar na terra prometida.

O Senhor pôs os filhos de Israel à prova no deserto por quarenta anos — O fato de terem comido maná lhes ensinou que o homem vive pela palavra de Deus — Suas vestes não envelheceram — O Senhor os castigou — Se eles servirem outros deuses, perecerão.

De tanto aquele povo reclamar e murmurar vieram serpentes venenosas que mordiam, picavam aquele povo e muita gente morreu em Israel. O veneno vem da murmuração, vem da reclamação e vai nos enfraquecendo, vai tirando a vida de Deus em nós.

Na maioria das vezes a murmuração é vista de forma negativa na Bíblia. Nos textos bíblicos o verbo “murmurar” traduz vários termos hebraicos e gregos que basicamente significam resmungar, sussurrar um discurso semi-articulado ou simplesmente dizer interiormente.

Resposta: Ela vem do Latim murmurare, “fazer um som suave e contínuo”, um som de imitação.

O Evangelho, ao falar de João Batista, aplica a ele a palavra do profeta Isaías (40,3): 'Uma voz clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, aplainai suas veredas'. E esse trecho é lembrado na liturgia do Advento, este tempo de preparação e acolhida do Natal.

A punição por esta revolta, e pela recusa dos israelitas em confiar na promessa divina da conquista da terra de Canaã, foi a permanência de quarenta anos no deserto, até o florescimento de uma nova geração (Nm 14: 29-33).

Depois de 400 anos de escravidão, os israelitas foram libertados por Moisés, que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar seu povo do Egito e levá-los novamente à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (cerca dos séculos XIII e XII AEC).

Na mesma porção da Torá, o povo de Israel que está no deserto reclama do maná, a comida que vinha do céu.

Porém, depois dos reinados de Davi e de Salomão, os israelitas não foram fiéis à aliança. Por isso, Deus foi obrigado a discipliná-los, o que resultou na sua expulsão da terra, via exílio assírio (722 a.C.) e exílio babilônico (586 a.C.).

Após esse período em Canaã, a narrativa conta que os hebreus decidiram migrar-se para o Egito. Isso pode ter acontecido por volta de 1700 a.C. e foi motivado pela escassez de alimentos em toda Canaã. O Egito, por sua vez, era uma terra fértil, por conta do rio Nilo, e por isso não enfrentava escassez de alimentos.

Josué e Calebe, foram as duas únicas pessoas que saíram do Egito junto com Moisés, e o povo de Israel e entraram na Terra Prometida.

O primeiro representa os caminhos da fé, a vontade divina, e o outro a possibilidade de os homens viverem em paz com suas próprias regras e normas. É uma luta simbólica entre duas visões de mundo incongruentes.