Porque o pobre paga mais que o rico?

Perguntado por: smendes . Última atualização: 7 de maio de 2023
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Isso porque o sistema brasileiro é centrado em tributos indiretos, sobre o consumo, que estão no preço de tudo que compramos. “Se o pobre gasta toda sua renda no consumo e o rico gasta apenas uma parte da sua renda, em relação à renda total, o tributo sobre consumo onera mais o mais pobre.

A análise detalhada do IR mostra que a a faixa de renda em que a cobrança do tributo é maior é entre aqueles que ganham de 20 a 30 salários mínimos (entre R$ 20,9 mil e R$ 31,3 mil), alcançando uma alíquota efetiva de 11,89%. A partir daí, a cobrança fica cada vez menor.

Parte da isenção aos super-ricos acontece porque boa parte de seus ganhos vêm de fontes de recursos sobre os quais não incidem impostos. Para quem ganha mais de 240 salários-mínimos, aproximadamente 68% dos rendimentos correspondem à renda isenta e não-tributável. Para quem ganha mais de 320 salários, são 70%.

Quem tem rendimentos menores estão isentos do pagamento do IR. Para o corrente exercício, quem ganha mensalmente até R$ 1.903,98 está isento de recolher o imposto.

Causas da pobreza
Por conta do processo colonizador e da escravidão, o território brasileiro sempre foi um país onde havia muitas pessoas pobres. Com o fim da escravidão e o êxodo rural, as cidades não tinham infraestrutura para a chegada de mais gente. Assim, o fenômeno da pobreza se acentuou.

Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 17.447 em 2022, queda de 0,3% ante 2021. Ainda assim, esse pequeno grupo ganhava uma renda média real mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população.

Apenas os que ganham até 1.903,98 estão isentos do pagamento.

Agora, o FGV Social uniu a Pnad Contínua à base de informações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e obteve números bem mais gorduchos. O 1% mais rico tem, na verdade, renda média pessoal de R$ 27 mil (ante R$ 16 mil da Pnad Contínua). O 0,1% ganha acima de R$ 95 mil por mês (contra os R$ 31 mil).

De maneira ampla, o valor do imposto Simples Nacional PJ é de 9,3% de taxas – sendo 6% do Simples (DARF única com impostos) e 3,3% do INSS. No Lucro Presumido, com um faturamento de até R$ 187.500,00 por trimestre, os impostos são de 11,33% da parte federal mais o ISS, que pode variar de 2% a 5%.

Valor que ganha cada classe social
Classe A: Superior a R$ 22 mil; Classe B: Entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil; Classe C ou Classe Média: Entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil; Classes D/E: Até R$ 2,9 mil.

Deve-se aplicar a alíquota de 27,5% sobre o salário de R$ 5 mil (5. ooo x 0,275). Do resultado, R$ 1.375, é subtraído o valor de R$ 884,96 (parcela a deduzir para essa faixa). O resultado da conta será R$ 490,04, e esse é o valor retido em imposto mensalmente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta quinta-feira (16), que a tabela do Imposto de Renda sofrerá correção e que a nova faixa de isenção subirá dos atuais R$ 1.908 para R$ 2.640 em 2024. O valor é o dobro do novo salário mínimo, que subirá de R$ 1.302 para R$ 1.320 em maio.

O aumento seria de 33% no ano. Após a publicação desta reportagem, o escritório de Hamilton Dias Souza entrou em contato com o Poder360 e enviou um novo cálculo para o exemplo de restaurantes. Na nova conta, o aumento da carga tributária seria de 60,58%, e não de 27,16%. O infográfico (abaixo) foi atualizado.

Tributação de rendimentos no exterior
De acordo com a MP, rendimentos de até R$ 6 mil por ano no exterior não terão incidência de IR. O que exceder esse valor e estiver abaixo de R$ 50 mil será tributado em 15%. E os rendimentos anuais que superarem os R$ 50 mil serão taxados em 22,5%.

Em todos os cinco municípios mais pobres a renda média da população está abaixo de R$ 40 por mês. Os habitantes de Matões do Norte (MA), cidade que lidera essa lista, recebem R$ 27,17 por mês. Segunda colocada no ranking, Aroeiras do Itaim (PI) tem renda média de 30,48, seguida por Primeira Cruz (MA), com R$ 34,97.

A região Nordeste do Brasil mantém, em termos médios, problemas sociais históricos: defasagem e pouca diversificação da agricultura e indústria, grandes latifundiários, concentração de renda, agravados no sertão nordestino pelo fenômeno natural de secas constantes (ver: Polígono das secas).

O Brasil é visto pelos estrangeiros como um país de diversidade, alegre, com reunião de pessoas, de festa, por causa do futebol e do Carnaval e onde as pessoas vivem bem.