Porque o Nordeste sofre tanto preconceito linguístico?

Perguntado por: aferrari5 . Última atualização: 29 de abril de 2023
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Um dos fatores determinantes no surgimento dos estigmas ao povo nordestino se deve ao pensamento intolerante de parte da população do Sul/Sudeste do país, a qual teve um comportamento negativo em relação a estes, porém, foram sempre dóceis e amistosos com imigrantes estrangeiros, salvo casos de atritos isolados.

A diversidade regional ao longo da História do Brasil ocasionou áreas mais ricas e industrializadas, e outras em retrocesso econômico. Em razão disso, existe a estigmatização das variantes faladas pelas pessoas das regiões mais empobrecidas, como a região Nordeste e a região Norte.

É chamado de preconceito linguístico o ato de julgar de forma negativa ou depreciativa a forma de falar de algum indivíduo, ato este realizado por pessoas que dominam um mesmo idioma. É justamente isso o que vivenciam muitos migrantes nordestinos e faz com que se sintam diminuídos e humilhados.

O sotaque nordestino se originou dessa influência portuguesa, juntamente com a influência francesa depois de alguns anos. Com o tamanho e pluralidade do Brasil, é natural que pessoas das regiões sul e sudeste desconheçam esses termos.

No que se refere às “causas” do preconceito, podemos classificá-las, didaticamente, em quatro grandes categorias: competição e conflitos econômicos e políticos; o papel do “bode expiatório” (também chamada de “deslocamento de agressividade”); fatores de personalidade; e causas sociais (aprendizagem, conformidade e ...

Resposta verificada por especialistas. Os indivíduos que mais chegam a sofrer com o preconceito linguístico são aqueles residentes de periferias e outros que não possuem o total conhecimento da Língua Portuguesa, porque a intolerância ainda existe no mundo moderno.

A origem do preconceito está nos valores, ideologias, interesses ou crenças de um determinado grupo social. O preconceito parte de uma visão de mundo pouco elaborada, repleta de ideias e certezas que não sobrevivem a um mínimo de reflexão ou exame crítico.

Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica). Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezes adquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.

“Como todo preconceito, o linguístico é a manifestação, de fato, de um preconceito social, porque o que está em jogo não é a língua que a pessoa fala, mas a própria pessoa como ser social”, afirma o linguista. “Rejeitar a língua é rejeitar a própria pessoa e a comunidade de que ela faz parte.”

O dialeto nordestino, também chamado simplesmente de “sotaque nordestino”, é a variante da língua portuguesa mais usada nos estados do Nordeste brasileiro, sendo o dialeto com maior número de falantes dessa região, com mais de 53 milhões de habitantes, sofrendo variações.

O preconceito linguístico no Brasil ocorre e é praticado de forma regional com maior ênfase nos estados do Sudeste e do Sul, uma vez que esses são locais de grande concentração populacional e as pessoas que sofrem esse tipo de preconceito normalmente vêm do Norte, Nordeste ou Centro-Oeste.

O modo de falar deste estado já foi considerado duas vezes como o sotaque oficial do Brasil. Referência quando o mundo fala do país, o Rio de Janeiro lança moda todos os dias transformando o som do "S" em "X".

mineirês

O 'mineirês', com forte influência de referências rurais, é também o sotaque mais cativante, superando o baiano e o falar marcante do cearense. Para os autores do estudo, as diferentes pronúncias regionais chamam a atenção dos outros brasileiros e evidenciam o charme da língua portuguesa.

1. Caipira. Tem aquele R bem acentuado, comum no interior de São Paulo. Veio da mistura da maneira de falar dos índios e dos portugueses, que chegaram à região entre os séculos 16 e 17.