Porque o nome Boca do Inferno?

Perguntado por: ncrespo . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Em 1681, Gregório de Matos estava de volta a Salvador como procurador da cidade, junto à Corte portuguesa. Levava uma vida boêmia e escrevia versos e sátiras gozando de todos, sem poupar as autoridades civis e eclesiásticas da Bahia, recebendo o apelido de “Boca do inferno”.

Gregório de Matos Guerra, poeta barroco, era conhecido como o “Boca do Inferno” pelos poemas satíricos que publicava com críticas ferrenhas aos líderes, aos políticos, religiosos e intelectuais da Bahia, repletas de ofensas e palavrões. Peças desse tipo renderam-lhe a fama e imagem de poeta libertino e revoltado.

Boca do Inferno se passa no século XVII (1863), na Bahia colonial, durante o governo tirânico do militar Antônio de Souza de Menezes, apelidado de Braço de Prata, por usar uma peça deste metal no lugar do braço (perdido numa batalha naval contra os invasores holandeses). A ação se passa em Salvador.

Gregório de Matos e Guerra

Gregório de Matos e Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636 — Recife, 26 de novembro de 1696), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil Colônia.

Gregório de Matos: O Boca do Inferno.

Temos versos e poemas que tomam alvos diversos, pois eles variam entre acusações de maricas, críticas contra a bazófia de pretensos fidalgos, passando por epítetos desrespeitosos para algumas mulheres, e indo de encontro a ricos que eram sistematicamente ridicularizados pela pena ferina de Gregório, passando, por fim, ...

1989

Em 1989, a escritora Ana Miranda publicava seu primeiro romance: Boca do Inferno. Trazendo no título a alcunha do poeta Gregório de Matos, a obra não tardou em se tornar um sucesso de público e de crítica. Em 1990, a autora foi agraciada com o prêmio Jabuti.

Poesia Satírica de Gregório de Matos
a quem devo ao demo dar. dar-te adeus, como quem cai, sendo que está tão caída, que nem Deus te quererá.

Que falta nesta cidade?-Verdade. Que mais por sua desonra? -Honra. Falta mais que se lhe ponha? -Vergonha. demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.

Nesse sentido, a sátira nada mais é que uma poesia usada para ridicularizar costumes, figuras públicas, instituições, etc. Vale notar que nem sempre ela é literária, sendo também usada no cinema, na música e na televisão.

Apesar de ter produzido muito em suas vertentes religiosa e amorosa, Gregório de Matos ficou conhecido como “Boca do Inferno” na Bahia. Os poemas do autor eram direcionados ao contexto degradante da sociedade baiana da época: criticava desde as imoralidades a pessoas específicas.

Gregório de Matos foi um dos maiores poetas brasileiros do período do Barroco. Além de poeta, Gregório foi advogado durante o período colonial. É conhecido como o “Boca do Inferno”, sendo famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, a sociedade baiana da época.

Padre Antônio Vieira

Retórico, orador, pregador e jesuíta, Padre Antônio Vieira destacou-se pela prosa dos sermões, cuja linguagem ricamente trabalhada dá também testemunho do Brasil Colônia.

Alguns temas para abordar em poemas são: amor. morte. saudade.

Gregório escreveu poemas líricos, sacros, todavia, ficou famoso com seus poemas satíricos. Neles, o autor criticava, sem medo, a corrupção política dos governadores da Bahia e a corrupção moral do clero.

Autor de poesias lírico-filosóficas, sacras, satíricas, eróticas e pornográficas, o escritor atacava o governo, os fidalgos e o clero. Por isso, recebeu o apelido de Boca do Inferno e acabou sendo condenado ao degredo em Angola.