Porque o infarto em jovens é fatal?

Perguntado por: bquarteira . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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Por que ataque cardíaco em jovens costuma ser fatal? O ataque cardíaco em jovens costuma ser fatal pois, ao contrário de pessoas mais velhas, eles não têm a rede de circulação colateral. Essa rede é composta por pequenos vasos sanguíneos que atuam como uma proteção em casos de entupimentos de artérias.

Para o Dr. César Jardim o tabagismo, hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade e estresse são fatores de risco para o infarto. “O infarto é mais frequente em homens, especialmente a partir dos 45 anos, porém, também tem acometido pessoas mais jovens.

O infarto em jovens pode ocorrer por conta de alterações genéticas ou congênitas, mas não de forma hereditária. Por esse motivo, é importante que o paciente realize exames de mapeamento genético para investigar possíveis indicações para condições como o infarto e passe a ter hábitos saudáveis.

Um dos primeiros sinais é uma dor na região do tórax, que pode irradiar pelos ombros, costas, braços e até mandíbula. Em mais ou menos metade dos casos de infarto, essa dor está presente. A dor pode surgir de forma súbita, enquanto a pessoa realiza suas atividades normais ou, até, dormindo.

Quem passa por essa condição tem três possibilidades: receber tratamento adequado e sobreviver; receber atendimento hospitalar, mas não ter o quadro revertido, levando à morte em até 24 horas; ir a óbito instantaneamente, o denominado infarto fulminante.

Os principais sintomas iniciais de um infarto fulminante são: suor em excesso, cansaço e dor no peito; assim como nos demais infartos. Nos casos em que o infarto fulminante está em estado avançado, o coração entra em colapso rapidamente e o paciente apresenta intensa falta de ar.

Pode acontecer em até uma hora, ou seja, no minuto 30, 40. Quando os sintomas começam – e eles são assustadores –, o paciente até procura o hospital, mas ele acaba morrendo na chegada ou no caminho, porque é tudo muito rápido”, explica o dr.

De acordo com a cardiologista Ana Cláudia Rollemberg, especialista pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), a resposta é sim. “Porém, em alguns casos a pessoa pode manifestar sintomas horas ou até dias antes do infarto. Essa condição pode indicar que já há obstrução de uma artéria coronária.”

Agora, sabe-se também que a sobrevida média depois do infarto é de apenas 5,5 anos para mulheres. Nos homens, a estatística é de 8,2 anos. O dado foi divulgado no relatório de 2021 da Associação Americana de Cardiologia. A situação brasileira é semelhante.

Embora menos comum, o infarto pode acontecer em pessoas jovens. Doenças silenciosas, problemas genéticos ou congênitos e até mesmo hábitos não saudáveis podem ocasionar alterações cardíacas.

De acordo com uma pesquisa do Estudo Longitudinal de Saúde (Elsa-Brasil), dados mostraram que o aparecimento de distúrbios psiquiátricos como ansiedade e depressão estão associados ao risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com médicos, infarto em pessoas com menos de 60 anos e que não apresentavam qualquer sinal da condição normalmente está relacionado à uma questão genética. Algumas doenças hereditárias e vasculares podem predispor indivíduos a ataques cardíacos em idades jovens.

Sinais do infarto podem surgir 4 semanas antes
“Estudos clássicos, nos quais se conversou com pacientes recém-infartados, descrevem que metade dos pacientes infartados já estava sentindo alguma coisa diferente nas 4 semanas antes do evento mais grave, o infarto propriamente dito”, afirma o médico.

O sintoma mais clássico do infarto é uma dor opressiva na região do tórax, com uma pressão forte no peito, dor nos ombros, braços, queixo e até abdômen. É possível haver ainda suor frio e falta de ar. As dores no peito podem ter durações distintas, variando de 4 a 20 minutos, por exemplo.