Porque o Brasil usa tantos agrotóxicos?

Perguntado por: iesteves3 . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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É uma somatória de razões. A mais óbvia é que somos um dos maiores produtores agrícolas do mundo, de soja principalmente. Uma outra é que nossas sementes melhoradas já são pensadas para usar agrotóxicos. São selecionadas até um certo ponto em que, realmente, dependem destes produtos.

Desde 2008, o Brasil é recordista mundial no consumo de agrotóxicos. E essas substâncias, criadas para reduzir a quantidade de pragas e facilitar a vida do agricultor, trazem também consequências para a saúde do trabalhador, do consumidor e do meio ambiente.

Os solos brasileiros são mais pobres em nutrientes importantes para as plantas, principalmente os da Região do Cerrado pelas suas características tropicais. Algumas das culturas mais plantadas no Brasil estão entre as plantas que mais carecem de nutrientes, como é o caso da soja.

O uso de agrotóxicos está associado a diversos problemas crônicos, como alterações cromossômicas, câncer, doenças hepáticas, doenças respiratórias, entre outros. O uso incorreto dos agrotóxicos pode provocar danos ao meio ambiente, como contaminação do solo e dos recursos hídricos.

Para o governo federal autorizar a liberação do uso de um produto agrotóxico, essa demanda passa pela avaliação dos ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente, incluindo órgãos como Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

Pesquisa sobre o uso de agrotóxicos no mundo mostra o Japão na liderança do ranking, quando considerado o volume de investimento em dólares por tonelada de alimento produzido. Brasil aparece em sexto lugar.
...

  • Japão. ...
  • França. ...
  • Comunidade Europeia. ...
  • Argentina. ...
  • Estados Unidos.

5 estratégias de produção com menos agrotóxico e mais tecnologia

  1. Plantio direto. Ferramentas de plantio direto são aplicadas na lavoura antes mesmo da semeadura. ...
  2. Controle biológico. ...
  3. Manejo Integrado de Pragas (MIP) ...
  4. Monitoramento da lavoura. ...
  5. Novas tecnologias agrícolas.

Isso não é verídico, uma vez que o país ocupa a 6° posição no ranking do uso de defensivos, quando se avalia o consumo relativo (ou seja, consumo em kg de ingrediente ativos por hectare), ficando bem abaixo de países popularmente conhecido e com grande desenvolvimento.

Nesse ranking, estão na frente do Brasil países como Portugal (0,66), Itália (0,44), Eslovênia (0,36), Espanha (0,35), Suíça (0,34), Países Baixos (0,29) e Grécia (0,30). Em 59º lugar aparece a França, com uso de 0,26 quilos de defensivos por tonelada de produtos agrícolas.

Expresso em quantidade de ingrediente-ativo (i.a.), são consumidas anualmente cerca de 130 mil toneladas no país; representando um aumento no consumo de agrotóxicos de 700% nos últimos quarenta anos, enquanto a área agrícola aumentou 78% nesse período.

Apesar do clima favorável, o solo brasileiro é carente de nutrientes, o que torna essencial o uso das substâncias para a produção agrícola. O Brasil é hoje o quarto consumidor global de fertilizantes, atrás de China, Índia e Estados Unidos, e o maior importador mundial de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).

O fato é que se não existisse um vilão (os agrotóxicos), não faria o menor sentido pagar até 300% mais pelos alimentos orgânicos. É evidente que existem interesses comerciais por trás dessa onda orgânica.

Principais formas de reduzir a utilização de agrotóxicos

  1. Controle biológico. O controle biológico é uma das melhores alternativas à utilização de agrotóxicos na agricultura por ser um meio totalmente natural. ...
  2. Agroecologia. ...
  3. Manejo Integrado de Pragas (MIP)

A principal vantagem do uso desses produtos é o controle de doenças e pragas. Dessa forma, o resultado apresentado é a colaboração com o aumento da produtividade dos produtos cultivados. Outra vantagem é em relação ao preço dos produtos cultivados com agrotóxicos, que se apresentam menor no mercado.

Como o solo é capaz de reter grande quantidade de contaminantes, com o tempo, os agrotóxicos fragilizam-no e reduzem a sua fertilidade. Eles também podem desencadear a morte de micorrizas, diminuir a biodiversidade do solo, ocasionar acidez, entre outros problemas.

O texto é claro: os agrotóxicos têm como função proteger a fauna e a flora dos ataques de espécies consideradas nocivas. Eles são usados contra o ataque de insetos e lagartas ou no tratamento de doenças causadas por fungos e ácaros. Ou seja, os agrotóxicos são os remédios das plantas.

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro liberou 2.182 agrotóxicos entre 2019 e 2022, o maior número de registros para uma gestão presidencial desde 2003, segundo dados da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura.

A maior parte dos agrotóxicos liberados na gestão de Jair Bolsonaro é produzida na China, quase metade tem ingredientes ativos proibidos na União Europeia e a maioria dos produtos é usada em plantações de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão. 45% dos agrotóxicos liberados por Bolsonaro são proibidos na União Europeia.