Porque o Afeganistão é tão importante?

Perguntado por: tmoreira . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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Sem saída para o oceano e caracterizado por regiões montanhosas, o Afeganistão é um país historicamente importante nas rotas comerciais e disputas políticas da Ásia. Vizinho de países com poderio nuclear como o Paquistão e a China, a importância da geopolítica do Afeganistão é fácil de ser avaliada.

O Afeganistão é um grande produtor de commodities minerais, tanto de metais, como também de minérios, que fornece para seus países vizinhos parceiros tradicionais, e, também, na prospecção do solo, como gás e, numa quantidade bem menor, em petróleo.

Em 2001, o Talibã foi derrubado por tropas da Otan, lideradas pelos Estados Unidos. A invasão do Afeganistão foi consequência do 11 de setembro, quando atentados terroristas foram realizados nos Estados Unidos, resultando na morte de quase três mil pessoas.

De modo geral, a economia afegã deve seu baixo desenvolvimento à situação de guerra permanente, à falta de um governo central efetivo e à fragmentação da sociedade em grupos tribais. 70% da população do Afeganistão se ocupam de agricultura e criação de gado.

Controlando noventa por cento do Afeganistão por cinco anos, o regime talibã, que se autointitulava o "Emirado Islâmico do Afeganistão", ganhou, em 1997, o reconhecimento diplomático de apenas três países: Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

O Talibã é um grupo fundamentalista que surgiu no Afeganistão em 1994, durante a Guerra Civil Afegã. Esse grupo, que defende uma visão radical da lei islâmica, governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, impondo um governo violento e autoritário.

OBJETIVOS E AÇÕES DO GRUPO. Quando surgiu, o Talibã tinha como objetivo restaurar a paz e a segurança em um Afeganistão marcado pela guerra civil e pelas interferências estrangeiras. Mas não era só isso! O grupo também pretendia impor sua versão da Sharia, a lei islâmica.

No dia 7 de outubro de 2001, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão para uma vingança aos ataques terroristas de 11 de setembro orquestrados pela Al Qaeda. O objetivo principal da operação era caçar Osama bin Laden e punir o Talibã por fornecer abrigo aos líderes do grupo terrorista.

O conflito diminuiu, mas a violência, o medo e a privação continuam a deslocar os afegãos através das fronteiras, principalmente rumo ao Irã e Paquistão. 24 milhões de pessoas no Afeganistão e 5,7 milhões de pessoas afegãs em cinco países vizinhos estão em necessidade de assistência humanitária.

Os afegãos estão preocupados que o país possa mergulhar no caos ou que o Talibã possa se vingar daqueles que trabalharam com os americanos ou com o governo apoiado pelo Ocidente.

A pobreza e os conflitos que devastam o país levaram os alunos afegãos à perda de vários anos letivos. Alguns continuam seus estudos até os 20 anos. O país também enfrenta escassez de professores: muitos fugiram, ao lado de dezenas de milhares de afegãos, após a tomada de poder pelos talibãs.

Além do controle da capital, o Talibã também garantiu hoje que havia assumido ainda o controle da prisão militar de Bagram, que foi durante anos um símbolo da ocupação militar das forças internacionais no Afeganistão. Os presos foram libertados.

A invasão se deu em resposta aos atentados de 11 de setembro. Os Estados Unidos tentaram construir um Estado estável no Afeganistão, mas fracassaram. A guerra se tornou impopular nos Estados Unidos, que foram forçados a retirar as tropas do país. O Talibã retomou o poder afegão em agosto de 2021.

muçulmanos

A maioria dos afegãos (cerca de 99%) são muçulmanos, dos quais 80-89% são sunitas e apenas 10-19% são xiitas. Existe uma pequena minoria de sikhs no país.

Cerca de 80% da população afegã vive em zonas rurais, no entanto, após 20 anos de guerra e ocupação ilegal dos EUA, a fome voltou a ser uma realidade. Segundo o Programa Mundial de Alimentos, 23 milhões de pessoas, mais de dois terços da população do país, estão em situação de insegurança alimentar.

A ONU no Afeganistão e seus parceiros humanitários lembram ao Talibã que tirar o livre arbítrio das mulheres para escolher seu próprio destino e excluí-las sistematicamente de todos os aspectos de sua vida pública e política vai contra os padrões universais de direitos humanos.

O que significa a bandeira do Talibã? A bandeira talibã é branca com dizeres em árabe. A transliteração soa como La Illaha Ila Allah Muhamad Rasulu Allah —em português, isso significa: "Não há outra divindade além de Deus, e Muhammad, seu mensageiro". Esse dizer é conhecido como Shahada, ou declaração de fé no Islã.

No idioma pachto, “talibã” significa “estudante“. Hoje em dia, porém, o nome do movimento militante do Afeganistão evoca antes imagens de terror e destruição do que de homens e mulheres debruçados sobre livros.

O Talibã governou grande parte do Afeganistão, entre 1996 e 2001, com um governo extremamente autoritário que executava opositores e punia a população civil com amputações e açoitamentos públicos.