Porque Iracema era chamada de lábios de mel?

Perguntado por: ipereira . Última atualização: 31 de maio de 2023
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Quando José de Alencar diz que Iracema é “a virgem dos lábios de mel”, significa que “os lábios de Iracema são tão doces quanto o mel”.

Iracema é, em seu conjunto, uma obra figurativa, metafórica. A história de amor simboliza o surgimento do povo brasileiro, em que a indígena representa a América virgem (Iracemaum anagrama da palavra América) e Martim representa a Europa colonizadora.

Ela recebe a visita de seu irmão Caubi, que conhece seu sobrinho. Contudo, cheia de tristeza e saudade de Martim, Iracema para de produzir leite e não consegue mais amamentar seu filho. Quando Martim retorna da guerra, conhece seu filho, que é chamado de Moacir. Logo em seguida, Iracema morre em profunda solidão.

Martim não aceita as mulheres que lhe são oferecidas porque só tem olhos para Iracema. Teoricamente nada impediria o casal composto por uma índia e por um português de ficar junto, exceto o fato de Iracema deter o segredo de Jurema, o que faz com que ela precise se manter virgem.

Poti – herói dos pitiguaras, amigo – que se considerava irmão – de Martim. Personagem histórico. Irapuã - chefe dos tabajaras; apaixonado por Iracema. Ciumento e corajoso.

O final de Iracema é triste: a índia acaba morrendo e entregando seu filho aos braços de Martim. A criança é a prova do amor dos dois, filha de uma indígena e um português, tornando-se o primeiro cearense de muitos outros que viriam.

MOACIR – filho de Martim e Iracema, seu nome significa “filho do sofrimento”.

Situada no começo do século XVII, Iracema é uma jornada que emana tensões, pois reflete a dominação espanhola no território português, destacando a força da união entre as coroas, a conhecida União Ibérica, com hierarquia da dinastia castelhana no bojo das colônias ultramarinas de Portugal.

A relação entre Martim e Iracema significa a união entre o branco colonizador e o índio, entre a cultura europeia, civilizada, e os valores indígenas, apresentados como naturalmente bons. É uma espécie de mito de fundação da identidade brasileira.

A enseada do Mucuripe foi escolhida para colocar a escultura por ser o local onde Iracema contemplava o horizonte aguardando o retorno de seu amado, o “Guerreiro Branco”.

Os traços atribuídos a Iracema são análogos à exuberante natureza local. Ela é apresentada como “a virgem dos lábios de mel”, cujos cabelos eram mais negros que a asa da graúna e o sorriso mais doce que o favo da jati. Essa harmoniosa relação, entretanto, dura somente até o contato da índia tabajara com o colonizador.

A índia está extremamente debilitada. Só teve forças para entregar o filho ao pai e pedir-lhe que a enterrasse aos pés de um coqueiro de que ela tanto gostava. O lugar onde Iracema foi enterrada passou a se chamar Ceará - segundo a tradição, Ceará significa canto da jandaia, a ave de estimação de Iracema.

Tem a Praça de Iracema, tem a Bica do Ipu (também conhecida como Bica de Iracema, por ser onde a protagonista tomava banho na ficção)", explica o diretor.

Foi na Lagoa da Parangaba que Iracema banhou-se, molhando “seu cabelo mais negro que a asa da graúna, e mais longo que seu talhe de palmeira”. A cena é considerada emblemática, principalmente para os cearenses, porque faz menção à Lagoa da Parangaba.

Iracema é considerado por muitos “um poema em prosa” e narra a história de uma índia tabajara que se apaixona por um colonizador europeu. Utilizando-se desse encontro entre a índia e o seu amado, José de Alencar faz uma alegoria do processo de colonização do Brasil e de toda a América.

Protegendo seu hóspede, o velho pajé ameaçou matar Irapuã se ele levantasse a mão contra Martim. Para afastar o irado chefe, Araquém provocou o ronco da caverna que os índios acreditavam ser a voz de Tupã quando discordava do que acontecia.

Assim, em Iracema, o índio criado por José de Alencar está longe de ser aquele que vivia nas matas brasileiras e que ainda não tinha visto o homem branco, pois o pajé da tribo Tabajara, pai de Iracema, foi receptivo e hospitaleiro com estrangeiro português, Martim, que apoiava a tribo rival, potiguaras: "O estrangeiro ...

Triângulo amoroso
A situação se complica, pois Irapuã também estava apaixonado pela índia e tentou matar Martim quando este já deixava a aldeia, após descobrir que Iracema, por ser filha do pajé e guardiã do segredo da jurema, deve permanecer solteira.

Iracema, virgem dos lábios de mel, cabelos mais negros que a asa da graúna, mais longos que o talhe de palmeira, mais rápida que a ema selvagem, filha do pajé Araquém chefe dos tabajaras, guardiã do segredo da Jurema, se apaixona pelo guerreiro português e vive o amor proibido.