Porque Chernobyl não pode ser habitada e Hiroshima pode?

Perguntado por: isilva . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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Um dos motivos é a diferença de radioatividade emitida em cada um dos casos. Quando o reator de Chernobyl explodiu, estima-se que foram liberadas sete toneladas de combustível nuclear. No total, o desastre emitiu 100 vezes mais radiação que as bombas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki.

Além de se infiltrar no solo, inviabilizando a agricultura e criação de animais, podendo atingir e contaminar o lençol freático. Desequilibraria todo o ecossistema local. A pesca seria afetada, e toda renda proveniente desta atividade desapareceria da noite para o dia.

No dia 15 de agosto, o Japão se rendia, apenas alguns dias depois da Alemanha, praticamente selando o fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1958, após uma grande recuperação e com a meta de transformar Hiroshima em um memorial, a cidade voltou a ter 410 mil habitantes, equivalente ao mesmo número pré-guerra.

Em uma tentativa de evitar que a contaminação se espalhasse, soldados soviéticos mataram a tiros muitos dos animais abandonados. Mas não há dúvida de que alguns se esconderam e sobreviveram.

Por que Chernobyl interessa à Rússia? A localização da usina é estratégica por ficar um pouco abaixo da fronteira com a Belarus —aliada da Rússia na guerra— e a apenas 120 km de Kiev, capital da Ucrânia.

Os cientistas disseram anteriormente que, devido à enorme quantidade de contaminação na área de Chernobyl, a zona de exclusão não será habitável por muitos e muitos anos. Especialistas disseram que levará pelo menos 3 mil anos para que a área se torne segura, enquanto outros acreditam que isso é muito otimista.

Publicado em 26 de abril de 2022 às, 11h30. Última atualização em 26 de abril de 2022 às, 13h12. O nível de radioatividade na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, é normal no momento, embora tenha chegado a subir depois que as tropas russas ocuparam a área.

Em Hiroshima e Nagasaki, as bombas explodiram no ar, a mais de 500 metros acima do solo. Isso significa que o material radioativo se dissipou no ar, reduzindo as partículas tóxicas no solo.

Embora Dyatlov tenha cometido erros, ao que tudo indica, não apenas um só homem foi responsável pelo desastre. A Associação Nuclear Mundial concluiu, mais tarde, que o incidente em Chernobyl foi o resultado de "um projeto de reator defeituoso que foi operado com pessoal inadequado".

Tokyo Electric Power Company

A Tokyo Electric Power Company é a maior usina nuclear do mundo. Localizada no Japão, ela possui capacidade líquida de 7.965MW, contando com 7 reatores de água BWR, com capacidade instalada bruta de 8.212 MW.

As usinas nucleares no Brasil
Um deles é a proximidade com o Rio de Janeiro e São Paulo, que facilita a transmissão da energia elétrica produzida para os grandes centros que precisam dela. Outro fator que pesou na decisão é a proximidade com o mar, cuja água auxilia no sistema de resfriamento das usinas.

Trinta e uma pessoas morreram logo após o desastre, de causas ligadas ao acidente. Mas, em 2005, um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que ao menos 4 mil pessoas em vários países podem ter morrido nos anos seguintes, por doenças como o câncer de tireoide, causadas pela "nuvem de radiação".

Aqueles que sobreviveram aos atentados são conhecidos como hibakusha. Eles tiveram que lidar com o trauma psicológico e muitos acabaram morrendo mais tarde, devido a envenamento por radiação.

Os pontos em que as bombas estouraram foram transformados em grandes parques. As pontes, os prédios e as fábricas foram reconstruídas. Hiroshima, que tinha 350 mil moradores antes da bomba e perdeu mais de 140 mil pessoas, hoje é uma cidade moderna e contemporânea com mais de 1,2 milhão de habitantes.

No caso das plantas presentes na zona de exclusão de Chernobyl, elas criaram formas de proteger o próprio DNA da radiação. Elas alteram o próprio funcionamento químico para se tornarem mais resistentes e consertarem o dano causado.

Todavia, 36 anos após a catástrofe, a região de Chernobyl é habitada por ursos, bisões, lobos, cavalos selvagens, linces e mais de 200 espécies de aves. O local do acidente tornou-se uma das maiores reservas naturais da Europa, onde muitos animais ameaçados de extinção encontram refúgio. Simplesmente inacreditável.

Fungo Radioativo
Mas nas ruínas desse inferno nuclear está nascendo uma criatura bizarra: um fungo que come radioatividade. Ou melhor, não apenas um: pesquisadores dos EUA descobriram que há 37 espécies mutantes crescendo em Chernobyl.