Porque Bolsonaro vendeu refinaria?

Perguntado por: laragao5 . Última atualização: 11 de janeiro de 2023
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Na época, a ideia do governo era repassar à iniciativa privada cerca de 50% da capacidade de refino da Petrobras para, em tese, estimular a concorrência no setor e assim tentar baratear o preço da gasolina e do óleo diesel no Brasil. A Petrobras chegou a formalizar os termos de venda de cada uma dessas refinarias.

Vendeu e continua a vender as refinarias. No projeto do governo Bolsonaro, a previsão é vender oito das 13 refinarias brasileiras estatais. Já avançou para cima de quatro dessas oito. Apenas uma elas, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, teve seu processo de privatização concluído.

A refinaria foi vendida para o Grupo Mubadala – fundo financeiro de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes – pelo valor de US$ 1,6 bilhões. Essa é uma das oito refinarias da Petrobras em processo de "desinvestimento", segundo Rafael Chaves Santos, gerente-executivo de Estratégia da estatal.

O governo Bolsonaro privatizou a Rlam em março do ano passado para o grupo Mubadala Capital, fundos dos Emirados Árabes Unidos, por US$ 1,65 bilhão. De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a refinaria foi vendida por um preço 55% abaixo do valor de mercado.

Na lista estão as empresas: Correios, Eletrobras, Telebras, Casa da Moeda, EBC, Lotex, Codesp, Emgea, ABGF, Serpro, Dataprev, CBTU, Trensurb, Ceagesp, Ceasaminas, Codesa, Ceitec, .

Defensores da venda de refinarias da Petrobras dizem que esse processo vai atrair mais empresas e investimentos que possam elevar a capacidade de refino no Brasil. A Petrobras, ao desinvestir, reduz a concentração de mercado e favorece a concorrência.

Na gestão Bolsonaro, foram vendidas a BR Distribuidora, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas e outros ativos. A Petrobras vendeu durante o governo Bolsonaro a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, por exemplo.

A venda de ativos acontece depois que a Petrobras correu todos os riscos, de uma estratégia com objetivos que iam além dos interesses apenas de lucro. Além disso, é uma venda que ocorre no pior momento do setor, afetado pelo impacto da pandemia nos preços dos ativos.

A BR Distribuidora era uma subsidiária da Petrobras. Ela foi privatizada em duas etapas durante este governo, em 2019 e 2021. Passou a se chamar Vibra Energia, mas ainda utiliza em seus postos a marca BR, historicamente vinculada à Petrobras.

O ex-presidente Lula, com cinco leilões realizados – mais as áreas da cessão onerosa contratadas diretamente com a Petrobras – nos seus governos, é o ex-presidente que mais adicionou área exploratória no país: ao todo 237 mil km² de área.

Mas a privatização só foi concretizada no fim do governo de Carlos Menem, em 1999.

Atualmente não. As refinarias da empresa já estão operando em sua capacidade máxima, considerando as condições adequadas de produção, segurança, rentabilidade e logística. Portanto, é falso dizer que existe ociosidade do refino ou que a Petrobras está reduzindo deliberadamente sua produção de derivados.

A margem da estatal é gigante. Sendo assim, a Petrobrás com extração e refino tem uma margem muito maior para absorver preços menores do que a Acelen/Mataripe, que é uma tomadora de preços para o petróleo e apenas refina o óleo. E, por fim, o único objetivo de uma empresa privada é a maximização do seu lucro.

Isso acontece porque o petróleo nacional, mais denso e mais barato, o torna ideal e muito utilizado para fabricar asfaltos no exterior. Assim, a Petrobras exporta o petróleo excedente e importa o óleo leve para fazer a mistura.