Porque as pessoas vomitam quando tomam ayahuasca?

Perguntado por: aaragao . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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O vômito, em particular, deriva de sua ação na área postrema, área do tronco encefálico que controla a urgência em vomitar. Nessa região cerebral a ayahuasca age nos receptores de serotonina 5HT3 – também presentes no estômago – potencialmente contribuindo para náuseas, vômito e diarreia, Tófoli me contou.

O bloqueio acontece porque o nosso corpo produz uma enzima, a monoamina oxidase (MAO), que impede a DMT de atingir o cérebro na forma ativa. É aqui que entra o cipó Banisteriopsis caapi, popularmente conhecido como jagube ou mariri.

Portanto, quando se toma Ayahuasca é menos provável que os níveis de tiramina vão acumular perigosamente, porém é mais seguro evitar os alimentos com elevadas concentrações de tiramina durante pelo menos 12 horas antes e 12 horas depois da de se tomar Ayahuasca.

Os efeitos colaterais com o uso de ayahuasca variam de pessoa para pessoa e podem incluir vômitos, náuseas, sensação de frio ou calor e diarreia, que podem surgir logo após beber o chá ou algumas horas depois.

Os efeitos aparecem de 30 a 45 minutos, aproximadamente, e podem durar até quatro horas (Mckenna et al., 1998). As b-carbolinas têm propriedades alucinógenas (Cazenave, 1996) e, portanto, contribuem para a atividade da bebida Ayahuasca.

A ayahuasca é contraindicada em casos de psicose, esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtorno bipolar, pessoas com níveis altos de ansiedade ou que tenham outros transtornos psicológicos intensos. Grávidas e lactantes também não devem consumir ayahuasca sem que o médico prescreva esse consumo.

São as visões espirituais conseguidas em estado de consciência expandida com o uso da Ayahuasca. Neste estado, todos os sentidos e percepção ficam ampliados por sofrermos menos influência que a matéria exerce sobre nossos sentidos.

Publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo revela que o princípio ativo induz a um aumento do estado de conectividade em todo o cérebro (hiperconectividade), através dos neurônios, envolvendo até mesmo áreas normalmente distantes.

A medicina não deve ser utilizada por quem faz tratamentos com antidepressivos e remédios tarja preta, pessoas com tendência a esquizofrenia e outras doenças psicológicas. Antes de cada ritual, é preciso seguir uma dieta de pelo menos 48 horas sem álcool, carne vermelha e comidas pesadas e gordurosas.

Ayahuasca não tem contraindicações indicadas pelo conselho de medicina. Entretanto, é necessário que se tenha alguns cuidados observando o cenário das suas condições físicas – especialmente no momento de tomar o chá. Naturalmente, pessoas que fizeram ingestão de álcool ou drogas químicas não podem consumir o chá.

A ayahuasca não é uma droga, mas sim uma erva medicinal usada em rituais religiosos. As comunidades religiosas que a utilizam são sincréticas, unindo ícones do xamanismo indígena, do kardecismo, do catolicismo, da umbanda e de religiões orientais.

Santo Daime

Ao longo de suas experiências iniciais com a Ayahuasca ele obteve revelações espirituais que o levaram a constituir uma religião conhecida como Santo Daime na década de 30, na cidade de Rio Branco (AC). Ao longo do processo de formação da religião houve uma ressignificação do sentido original da bebida Ayahuasca.

A média de preço de uma sessão de terapia pode variar entre 30 a 150 reais (em uma visão conservadora) em sessões de 60 a 90 minutos. Imaginamos que uma pessoa vá a cada 15 dias e fique 2 anos em tratamento. Ela terá gasto entre 1680 a 7.200 reais ao final do tratamento.

Ayahuasca: O chá ritualístico
É tomado até 3 doses do chá em um único ritual, que pode demorar horas. O chá é feito com folhas chacrona e cipó jagube. Para o ritual, as mulheres preparam as folhas de chacrona e os homens cuidam do cipó de jagube.

Nas duas últimas décadas, avaliações de saúde mental de os consumidores de ayahuasca mostraram função cognitiva preservada, aumento do bem-estar, redução da ansiedade e sintomas depressivos quando comparados aos consumidores de não-ayahuasca.