Porque as línguas de sinais não são consideradas artificiais?

Perguntado por: iaguiar . Última atualização: 27 de maio de 2023
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A Língua de Sinais dos surdos é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo. Consideram-se “artificiais” as línguas construídas e estabelecidas por um grupo de indivíduos com algum propósito específico.

A sua importância pode ser exemplificada pelo fato de ela permitir que o surdo se comunique com indivíduos em condições semelhantes à sua e com os demais que utilizam a língua portuguesa. acaba tornando-se bilíngue para que possa interagir com todos à sua volta.

E não vale confundir Libras com mímica, uma vez que a primeira é um conjuntos de elementos visuais, que encontram e definem relações entre sinais para a criação da imagem mental, enquanto a outra é uma pantomima.

Por que não existe uma Língua de Sinais única para que os surdos de todo o mundo possam se comunicar entre si? Essas perguntas, porém, são as mesmas que se fazem com relação à própria existência da linguagem humana. Desde que o homem passa a refletir sobre sua existência enquanto homem, ele reflete sobre essa questão.

Esperanto

O Esperanto é uma língua artificial criada pelo médico e Linguista polonês Ludwig Lazar Zamehof, em 1887. Seu objetivo era criar uma língua de fácil compreensão, com uma gramática simples e regular para que todo o mundo a adotasse como língua universal.

inglês

Como o latim ou grego antigamente, o inglês é a língua universal hoje. É o idioma padrão em negócios internacionais, turismo, tecnologia, etc. Uma pessoa bilíngue, que fala espanhol e inglês, é capaz de entender 1 em cada 3 pessoas que se conectam à Internet (Internet World Stats, 2019).

é única e universal, utilizada por todas as pessoas surdas. está representada no hemisfério esquerdo do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo processamento da linguagem. é um pidgin sem estrutura própria, subordinada às línguas orais.

As pessoas acreditam que uma forma de comunicação gestual, que não utiliza a modalidade oral e auditiva, é linguagem. Assim ela se relacionaria mais com a capacidade criativa da comunicação do que com as definições do que de fato seja uma língua. Na verdade isso é preconceito linguístico.

A Libras não é universal, cada país possui a sua própria língua de sinais. O termo 'surdo-mudo' não existe mais, pois os surdos podem aprender a falar se forem submetidos a técnicas de oralização. Por isso, o correto é dizer apenas surdo. Na comunidade surda, cada pessoa recebe um sinal próprio.

Uma das principais características da gramática da Libras é a flexibilidade, ou seja, a habilidade de se adaptar a diferentes contextos e situações de comunicação. Isso é possível graças às várias formas de expressão utilizadas pela língua de sinais, como a expressão facial, a postura corporal e os movimentos das mãos.

O mito mais comum sobre as línguas de sinais é o de que existiria uma língua de sinais para todos os surdos do mundo. Isto, em parte, vem do primeiro mito que apresentamos, o de achar que as línguas de sinais são mímica. No entanto, mais uma vez, o mito não é verdade.

5 mitos sobre a Libras

  1. 1 – Libras não é linguagem, e sim, uma língua! ...
  2. 2 – Libras não é universal! ...
  3. 3 – A Libras não é derivada da Língua Portuguesa. ...
  4. 4 – Libras não é mera tradução da Língua Portuguesa. ...
  5. 5 – Idade certa para aprender a Libras: a que você tiver!

O português é uma língua oral, que necessita do canal auditivo para ser processada e entendida. Assim como a língua de sinais precisa do canal visual. Hoje já sabemos que o surdo tem igual potencial de significar o mundo pelo uso de sinais construídos com as mãos. E, muito além disso, expressões faciais e corporais.

E é por isso que a Libras é uma língua, porque ela possui suas próprias regras. Aliás, ela é uma língua natural dos surdos sinalizantes. A maioria dos surdos é alfabetizada primeiro em Libras e não compreende bem o português por causa das estruturas distantes.