Porque a boneca Abayomi não tem rosto?

Perguntado por: isalgado . Última atualização: 19 de maio de 2023
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Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.

As primeiras amarrações foram em um pano azul. Mas, depois, passei a fazer em tecido preto, para simbolizar a resistência negra, e com roupas diferentes, como de astronauta, palhaços, santos, orixás. Também faço em tamanho real”, contou Lena.

Abayomi tem data de criação, criadora, e um contexto histórico que diz mais sobre resistência do que sobre resiliência, como diz a própria artesã que inventou as Abayomis, Lena Martins.

Nesta matéria, Lena Martins, 71 anos, maranhense e mais conhecida como Lena Abayomi, animadora cultural, arte educadora, escritora e também moradora de Santa Teresa no Rio de Janeiro, conta a verdadeira história. Lena Abayomi chegou ao Rio de Janeiro vinda de São Luiz do Maranhão aos oito anos de idade.

Reconhecer a importância histórica e cultural das bonecas Abayomi, perpassando por aspectos culturais da história e cultura negra e sua influência na cultura brasileira, bem como valorizando a diversidade e o respeito pela mesma. Possibilitar a construção e valorização da cultura negra e africanidade.

Amayomi é um nome feminino com origem iorubá, uma língua africana. Seu significado pode variar, mas geralmente está associado a termos como "meu amor me traz alegria" ou "aquele que me traz felicidade".

RESUMO: A palavra Abayomi, do ioruba, significa aquele que traz felicidade e alegria.

A história das bonecas teve início no Egito Antigo por volta de 2000 a.C. Muitos arqueólogos encontraram bonecas em escavações egípcias; algumas eram feitas de madeira, outras de barro.

Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de ...

A boneca foi criada na década de 1980, em oficinas que Lena fazia, então, com comunidades do Rio de Janeiro. Lena Martins era educadora popular e militante do Movimento de Mulheres Negras, que procurava na arte popular um instrumento de conscientização e sociabilização.

No Antigo Egito, já foram encontradas bonecas em túmulos de crianças, do período situado entre 3 mil e 2 mil a.C., feitas de madeira e banhadas em argila, com cabelos de verdade. Segundo os arqueólogos, as bonecas eram colocadas no túmulo para a criança brincar no mundo do “além”.

Bolas: É o brinquedo mais antigo do mundo e existe há mais de 6.500 anos. As primeiras bolas eram feitas há cerca de 6.500 anos pelos japoneses, e as fabricavam utilizando fibras de bambu.

A verdade é que essas bonecas surgiram no Brasil, na década de 1980, pelas mãos da artesã maranhense Lena Martins. Militante do Movimento das Mulheres Negras à época, Lena teve inspiração na mãe — costureira que fazia bonecas tradicionais — para trabalhar com a temática.

Você vai precisar de: tecido preto; tecidos coloridos; tesoura sem ponta.

As abayomis foram criadas em 1987, um ano antes do centenário da abolição da escravidão.

A boneca de Oyá (algumas pessoas denominam de Abayomi) deve ser feita a mão pelas/os filhas/os do axé que são cuidadoras/es do quarto de Egun e de Oya. Deve ser costurada a mão e recheada com palha para que fique na forma de uma miniatura de Oyá, representando o amor de Iansã.

A boneca de pele negra e estética afro é feita com retalhos de pano e malhas, sem utilizar qualquer cola ou costura. Foi criada em 1987 por Lena Martins, com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da autoestima da população afrodescendente.

É uma forma também de reproduzir situações, expressar emoções e elaborar sentimentos. Isso incetiva a pensar sobre outras pessoas, os sentimentos alheios e as relações. As bonecas estão, ainda, ao lado em muitos momentos: no banho, ao dormir, ao passear.