Porque a antropofagia é a única lei do mundo?

Perguntado por: aferrari . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Para Oswald, a antropofagia é sempre mítica e desempenha uma função metonímica: a parte devorada sempre é índice do objeto devorado e este, uma extensão material de suas virtualidades. Em outras palavras, os selvagens nunca devoram o inimigo, pois assim assimilariam apenas o cerne ruim de sua carne.

Porém, não era a maioria das tribos na América Portuguesa que praticava a antropofagia. A prática antropofágica era fortemente desaconselhada pelos católicos europeus nos aldeamentos indígenas, pois era vista como forma pecaminosa e pagã de tratar a guerra.

Antropofagia é a ação de comer carne humana, o que entre humanos é também conhecido como canibalismo. A antropofagia era praticada em rituais esotéricos como forma de quem come incorporar as qualidades do indivíduo que é comido, como a bravura e a coragem de um guerreiro derrotado.

Legado do movimento antropofágico
O movimento antropofágico representou um marco na história da arte brasileira. Isso porque, por meio dele, a identidade cultural nacional brasileira foi prestigiada. Além disso, a antropofagia cultural promoveu intensos debates entre os modernistas da época.

Contexto histórico e origem do movimento antropofágico
O movimento antropofágico surgiu, em 1928, com a criação da Revista de Antropofagia, onde, no mesmo ano, foi publicado o “Manifesto antropófago”. Assim, o movimento teve início no final da chamada República Velha e precedeu a Era Vargas.

Oswald de Andrade

O Movimento Antropofágico foi uma corrente de vanguarda que marcou a primeira fase modernista no Brasil. Liderado por Oswald de Andrade (1890-1954) e Tarsila do Amaral (1886-1973), a finalidade principal era de estruturar uma cultura de caráter nacional.

A ideia do movimento surgiu a partir de observações feitas por Oswald Andrade. O escritor brasileiro, em uma de suas viagens pela Europa, observou o movimento futurista e percebeu o compromisso do idealizador do movimento, o italiano Felippo Tomaso Marinetti, com relação à inovação técnica e a literatura.

Dentre os mais conhecidos manifestos que servem de exemplo ao estudo do gênero, destaca-se o “Manifesto antropofágico”, escrito por Oswald de Andrade, em 1928.

O destino final da antropofagia
Quando os missionários jesuítas vieram para o Brasil, eles ficaram horrorizados com a prática da antropofagia que os indígenas praticavam, e devido a isso, o ritual passou a ser fortemente combatido já que não era compatível com os valores critãos.

O ritual antropofágico é um dos costumes indígenas, que mais causaram espanto e perturbação entre os colonizadores portugueses. Ele era praticado amplamente pelos chamados tupinambás e outros grupos tupis-guaranis; e, consistia basicamente em consumir carne humana.

Entre as tribos indígenas que viviam no Brasil na época do início da colonização portuguesa, no século XVI, os tupinambás ficaram conhecidos amplamente por uma característica peculiar: a antropofagia, isto é, o ato de comer carne humana, também denominado canibalismo.

Num esboço de classificação dessas práticas tipo sacrificial, segundo Castro,, temos: Canibalismo póstumo: se aproxima ou se inclui nos ritos funerários; Canibalismo bélico sociológico classicamente representado pelos ritos de destruição dos inimigos pelos Tupinambás da costa brasileira no século XVI.

O Manifesto Antropófago (ou Manifesto Antropofágico) foi um manifesto publicado em 1928 pelo poeta e polemista brasileiro Oswald de Andrade, figura-chave do movimento cultural do modernismo brasileiro e colaborador da publicação Revista de Antropofagia.

Durante a colonização da América portuguesa, caberia aos missionários a catequização e civilização dos gentios, incluindo o extermínio das práticas pagãs, entre essas a antropofagia, que violava as leis divinas e naturais.

O Manifesto Antropófago, brilhantemente desenvolvido por Oswald, clamava aos artistas brasileiros por originalidade e criatividade. Ele pretendia celebrar o nosso multiculturalismo, a miscigenação. O desejo era devorar o que vinha de fora, assimilar a cultura alheia.

A prática antropofágica constituía o momento culminante do processo cultural Tupi que encontrava na guerra e na execução ritual dos prisioneiros a meta e o motivo fundamental da própria identidade cultural.