Por que somos bons selvagens?

Perguntado por: usalgado . Última atualização: 30 de abril de 2023
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O mito do "bom selvagem" tem sua origem na obra do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau e consiste na tese de que o ser humano era puro e inocente em seu estado natural, sendo a sociedade responsável por incutir nele valores e hábitos que o conduziriam ao conflito e aos problemas que na visão de Rousseau ...

Segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, “o ser humano nasce bom, a sociedade o corrompe” a corrompe”. A frase nos leva a perceber que as ações do ser humano não passam de um reflexo do meio em que o sujeito indivíduo vive e se constrói.

O pensamento de Rousseau surgiu de sua noção sobre a natureza humana. Contrapondo alguns de seus precursores e contemporâneos (como Montesquieu e Hobbes), ele acreditava que os seres humanos possuíam uma bondade inata, e que cuidar de si não excluía a preocupação com o bem-estar alheio.

A natureza humana pode ser definida como os traços fundamentais que todo homem é portador, independentemente do tipo de cultura ou de sociedade em que esteja inserido. Na natureza, o homem seria livre, virtuoso, piedoso, amoral, sem sociedade, sem Estado, sem tecnologia, sem dinheiro e sem propriedade.

A filosofia de Jean-Jacques Rousseau tem como essência a crença de que o Homem é bom naturalmente, embora esteja sempre sob o jugo da vida em sociedade, a qual o predispõe à depravação.

Grande defensor do absolutismo, Hobbes defende essa forma de governo utilizando argumentos lógicos e estritamente racionais (excluindo quaisquer preceitos ou argumentos religiosos). Sua teoria baseia-se na ideia de que é necessário um Estado Soberano para controlar a todos e manter a paz civil.

Rousseau reconhece um livre arbítrio, ele diz que o homem se diferencia dos demais animais por poder resistir a essa instrução dada pela natureza, “e é sobretudo na consciência dessa liberdade que se mostra a espiritualidade de sua alma”31.

O segundo, Karl Marx [ este, pelo menos, de nome muito conhecido], dizia "A existência precede a essência"; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra.

"o homem nasce bom, mas a civilização o corrompe". Rousseau fez o que a população dizia: em que as pessoas do campo são espontaneamente boas, simpáticas e, as cidades tão perversamente más, e uma civilização criada pelo intelecto visualmente perversa e pervertedora.

Hobbes ainda afirma: Desta guerra de todos os homens contra todos os homens, nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e de injustiça, não pode ter aí lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça.

No século 17, o filósofo inglês John Locke definiu a mente de um bebê como uma "tábula rasa", como uma folha de papel em branco, que seria marcada por impressões obtidas por meio das experiências e, a partir daí, surgiria o entendimento, a inteligência.

Sua pedagogia norteadora dos ideais iluministas apresenta uma preocupação com os primeiros anos de vida do homem. No livro I, valoriza a infância do nascimento aos dois anos de idade demonstrando que a educação do homem começa ao nascer, que antes mesmo de falar e de entender muitas coisas, deverá tê-las apreendido.

Segundo Rousseau, como visto acima, os homens exercem naturalmente seus instintos, não sendo nem bom nem mau, mas um ser amoral. Isto significa que na natureza os homens não se agridem mutuamente sem uma motivação, mas apenas por legítima defesa.

De acordo com Rousseau, a organização política resulta das necessidades sociais humanas. Desse modo, ao abandonar o estado de natureza, o homem perde a independência, mas alcança uma forma de liberdade superior e elevada.

Trata-se da existência de três tipos de mestres: a natureza, os homens e as coisas, que transformam a existência humana em si num amplo projeto de forma- ção humana com vistas à plena realização da própria existência.