Por que ser a favor das cotas?

Perguntado por: dandrade . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Dívida histórica, racismo e desigualdade são alguns dos argumentos a favor das cotas para negros e pardos.

Nesses 10 anos da lei, foi possível perceber muitos aprendizados, tendo como principal ponto positivo a elevação da expectativa dos estudantes, do acesso, da permanência e da aprendizagem, do que se conclui que é possível construir uma política eficaz na redução das desigualdades raciais no Brasil.

Assim, as cotas raciais se destinam às pessoas que se autodeclaram como pardas, negras e indígenas; já as cotas sociais se referem às pessoas de baixa renda e que estudaram em escola pública. Ambos os tipos têm o mesmo objetivo: eliminar as latentes desigualdades presentes no Brasil.

As cotas ajudam a colocar em debate sua perversa presença, funcionando como uma efetiva medida anti-racista. Desvantagens: Os negros lutam tanto pela igualdade social e racial,dessa forma só se estabelece ainda mais a política de segregação.

Uma cota social é uma reserva de vagas para candidatos que foram prejudicados injustamente, com o objetivo de garantir a igualdade de oportunidades. Uma cota racial é a reserva de vagas para indivíduos de determinada raça, etnia ou cor de pele.

O principal argumento contrário às cotas sociais é o argumento meritocrático, segundo o qual as cotas sociais são injustas porque diminuem a qualidade acadêmica e a produção científica ao permitir que alunos com notas menores sejam admitidos em detrimento dos alunos com notas maiores.

Para o professor, a Lei de Cotas mexeu com um espaço de poder e oportunidades até então dominado pela elite. Ao mesmo tempo, esse ingresso assegurado pelas cotas mostrou que a condição socioeconômica dos alunos não interfere em sua capacidade intelectual.

Os dados mostram claramente uma maior igualdade no acesso ao ensino superior em várias dimensões, tais como renda, raça e tipo de escola - pública versus privada. A redução na desigualdade foi especialmente significativa em cursos tradicionalmente mais concorridos, como medicina”, diz.

Alguns críticos às cotas afirmam que os cotistas ingressam nas universidades com notas mais baixas, o que diminuiria a qualidade do ensino. Dizem, ainda, que o ingresso de pessoas com um ensino básico ruim poderia aumentar as diferenças da sala de aula, o que traria a dificuldade de professores em nivelar a turma.

Lei de Cotas completará 10 anos em 2022
Dados mostram que mulheres e pessoas negras são mais afetadas pela pobreza. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019 apontou que 63% das famílias chefiadas por mulheres pretas ou pardas estão abaixo da linha da pobreza.

Segundo a pesquisa, universidades mais seletivas e que partiram de patamares de inclusão social mais baixos foram as mais impactadas pelas cotas: a presença de pretos, pardos e indígenas vindos da rede pública cresceu 135% na Universidade Federal do Ceará (UFC), 120% na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ...

A Lei nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos.

Como a política de cotas beneficia estudantes de baixa renda, a população negra (pretos e pardos), a população indígena e alunos com deficiências, temos aí uma entrada de novos atores sonhando com o ensino superior”, afirmou Alessandra em entrevista ao Centro do Professorado Paulista.

"A Lei de Cotas preenche um buraco causado pela desigualdade e consegue equiparar o acesso de pessoas negras e brancas, e no meu caso, escolas privadas e públicas, ao ensino superior brasileiro", diz a cientista política, que atualmente atua como analista de relações governamentais e se sente realizada profissional e ...