Por que pronome neutro é errado?

Perguntado por: acavalcante . Última atualização: 29 de janeiro de 2023
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Para os que questionam a linguagem neutra, um argumento para não usá-la é que a norma culta da língua define como neutro o uso do gênero masculino em plurais e generalizações, o que eliminaria a necessidade de distinguir se são homens e mulheres.

É a substituição dos artigos feminino e masculino por um "x", "e" ou até pela "@" em alguns casos. Assim, "amigo" ou "amiga" viram "amigue" ou "amigx". As palavras "todos" ou "todas" são trocadas, da mesma forma, por "todes", "todxs" ou "tod@s".

Por exemplo, quando alguém se identifica com o gênero feminino, podemos nos referir a esta como “ela” ou “dela”. Quando é masculino temos “ele ou “dele”. E quando uma pessoa não se identifica com os padrões de gênero, ou seja, é não-binária, podemos usar os pronomes “elu” ou “delu”.

Um dos sistemas mais utilizados é o ELU. Aqui, o "a" ou "e" no final dos pronomes é substituído por um "u". Exemplo: em vez de "ele" ou "ela", utiliza-se "elu"; "dele" ou "dela" fica "delu". Para palavras terminadas em "a" ou "o", utiliza-se o "e".

O sueco foi a primeira língua oficial a adicionar um pronome neutro de terceira-pessoa por uma autoridade institucional. "Hen" pode ser usado para descrever qualquer pessoa, independentemente da identificação de sexo ou de gênero.

Por esta razão, na ótica gramatical, o quantificador todos tem a capacidade de se referir simultaneamente a pessoas do género masculino e feminino. A expressão «todos e todas» é, assim, do ponto de vista estritamente gramatical, redundante.

Pri Bertucci é artista social, educador e pesquisador da área de diversidade. Identifica-se como pessoa não-branca, transgênero/não-binário/gender queer.

Na gramática, vista como norma culta, o pronome neutro não está incluído. Já de acordo com estudos da Linguística, área que reconhece a constante transformação e evolução da língua, podem ocorrer alterações como a introdução do discurso neutro.

É a substituição dos artigos feminino e masculino por um "x", "e" ou até pela "@" em alguns casos. Assim, "amigo" ou "amiga" virariam "amigue" ou "amigx". As palavras "todos" ou "todas" seriam trocadas, da mesma forma, por "todes", "todxs" ou "tod@s".

"Tod@s”, “Todes", “Todxs”, é uma tentativa de uma neolinguagem de gêneros gramaticais que seja inclusiva para/com as mulheres, as pessoas não-binárias, as “pessoas T entre gêneros” (Rocha, Coelho, Fernandes, 2020).

Xixi para todes: espaços adotam banheiros sem gênero no Rock in Rio.

Em lugar de dizer “ele” ou “ela”, diz-se “elu”. Para “dele” ou “dela”, utilize-se “delu”. Já em palavras terminadas em “a” ou “o”, troca-se pelo “e”, como em “linde”, “tranquile”, “namorade”. Em palavras em que o “e” sinaliza o masculino, utiliza-se o “ie”, como em “professories”.

Na linguagem neutra, usada para se referir a pessoas sem delimitar o gênero, 'amigues' substitui 'amigos', por exemplo.

Essa é uma prática antiga e muito comum da língua inglesa. Tal prática acabou tornando mais fácil para pessoas não-binárias se identificarem com o pronome, pois ele já era usado para ocultar o gênero de alguém. Assim, muitas pessoas preferem ser referidas como they/them.