Por que os povos tradicionais são desvalorizados?

Perguntado por: acoutinho . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Falta de conhecimento sobre esses povos: a grande maioria da população não conhece de fato os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e suas culturas. A falta de informação fomenta o preconceito e a desvalorização.

Valorizar as comunidades tradicionais significa olhar para essa história de invisibilização dessas comunidades, e reconhecendo viabilizar as políticas públicas que tenham condições de garantir os direitos delas.

As populações tradicionais são discriminadas por sua identidade sociocultural e impedidas de reproduzir seu modo de vida, tanto pelo modelo de ocupação predatório que se expande quanto pelo modelo de conservação ambiental vigente.

É notório que a cultura nacional não é valorizada, pois existem grandes obras que não são reconhecidas pelos próprios brasileiros, o que mostra uma falta de interesse pelo o que é produzido no territó...

Entre eles, o mito de serem improdutivos e gerarem despesas ao Estado, incentivando a banalização da cultura, apagamento histórico, tomada de seus territórios para atividades de desmatamento e garimpo ilegal, entre outros.

As grandes extensões, a precariedade do transporte público, de comunicação e do sistema de saúde representam um desafio extra no combate ao novo coronavírus nas Terras Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhas dessa região.

Povos e Comunidades Tradicionais vivem protegendo seus territórios e seus recursos naturais. São esses territórios e os conhecimentos de quem vive neles que subsidia a “invenção e a descoberta” de novos medicamentos, curas, cosméticos e muito mais.

Ainda hoje, apesar de parcos avanços, sofrem com a falta de titulação de suas terras tradicionalmente ocupadas e vivem com pouca infraestrutura e qualidade de vida. As comunidades e povos tradicionais enfrentam problemas de habitação, falta saneamento, luz elétrica e vias de acesso aos seus locais de moradia.

É importante destacar os vários benefícios que esses grupos promovem para a coletividade nacional, abrangendo modos próprios de vida, relações territoriais, preservação da memória, história e patrimônio cultural material e imaterial, saberes tradicionais no uso de recursos naturais, entre outros.

Povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, ...

Isso porque esses povos mantêm uma relação com a natureza que envolve desde a sobrevivência até questões culturais e religiosas, e desenvolveram um conhecimento complexo sobre esses ecossistemas.

Reduzida acumulação de capital; Importância dada à unidade familiar e às relações de parentesco ou de compadrio para o exercício das atividades econômicas, sociais e culturais; Importância de rituais associados à caça, à pesca e extrativismo; Uso de tecnologia simples, de impacto reduzido sobre o meio ambiente.

Segundo a legislação brasileira, essas comunidades também "utilizam conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”. Portanto, povos originários são povos tradicionais, porém, outras comunidades tradicionais não são originárias.

Deste modo, a inclusão cultural depende não só da formação de um público consumidor, mas também da redefinição dos valores enraiado. Desta forma, a desigualdade cultural pode ser causada tanto pela repartição assimétrica do patrimônio, quanto pela carência de um público.

Preços altos, barreira social e distância são os grandes fatores responsáveis pela percepção do brasileiro de que o acesso às atividades culturais no país é difícil.