Por que os portugueses tinham tanto medo do mar?

Perguntado por: aconceicao9 . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Afirmava-se que os oceanos possuíam grandes monstros marinhos, que atacariam as embarcações. Além disso, eles acreditavam que ao Sul os mares eram tão quentes que ferviam, colocando os navegantes em risco.

Navegar no Oceano Atlântico não era tarefa fácil. Este oceano era conhecido como o Mar Tenebroso, pois havia a ideia difundida pela Igreja Católica, de que os oceanos eram habitados por monstros marinhos. Além disso, alguns acreditavam na ideia que a Igreja Católica difundia, de que a Terra era plana.

O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros navegadores, como por exemplo Nicollo Matteo, Marco Pólo,1 etc.

Nesse contexto, a expansão marítima europeia teve como finalidade principal a superação da crise econômica dos séculos XIV e XV e o desenvolvimento da economia mercantil com a conquista de novos mercados.

crenças,o medo e as antigas superstições acerca do Oceano Atlântico (chamado naquele tempo de Mar Oceano ou Mar Tenebroso).

Entre os perigos reais, estavam os ventos desfavoráveis, os piratas, a ameaça de encalhe, a fome, a doença Escorbuto e a sede no interior dos navios. Se era assim tão perigoso, por que, então, os europeus se lançaram às Grandes Navegações?

O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo.

Além dos medos imaginários, presentes nos pensamentos desses navegadores (como a crença de que o oceano era povoado por monstros e dragões), também existiam os medos reais, as dificuldades de navegar em mar aberto, as tempestades e chuvas intensas, as doenças e a péssima alimentação.

As embarcações ainda não eram tão resistentes e dificilmente teriam sucesso em um oceano aberto. Muitos ainda acreditavam que a Terra era plana e que, se seguissem viajando por essas águas, cairiam em um abismo infinito. Outro ponto importante para essa limitação era o escasso conhecimento cartográfico.

Encontrar um novo caminho que levasse às Índias Orientais, onde estavam as especiarias. A rota conhecida era exclusiva dos árabes e dos italianos, o que encarecia os produtos.

O oceano Atlântico é o segundo maior da Terra, está situado entre três continentes — América, África e Europa.

Entre os perigos reais, estavam os ventos desfavoráveis, a ameaça de encalhe, os lugares estranhos, a fome, a doença e a sede no interior dos navios.”

Watch on Como era a higiene nas grandes navegações? O banho a bordo era impossível. Além de não existir esse hábito de higiene, a água potável era destinada ao consumo e ao preparo de alimentos. Nas pessoas e na comida, proliferavam todos os tipos de parasitas: piolhos, pulgas e percevejos. ...

Tanto usavam as chicotadas, como o “strappado” (pessoas dependuradas no teto pelos pulsos, tendo os braços amarrados atrás das costas. Havia também a “toca”, em que se cobria a boca com o pano e derramavam água sobre a cabeça do coitado, como se fosse afogá-lo.

A partir do século XV, o uso da bússola tornou-se essencial para viabilizar os grandes descobrimentos, sendo na época instrumento obrigatório para a navegação em alto-mar.

Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das técnicas de navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias. Por fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo importantíssimo naquela época.