Por que os jovens aderiram à luta armada contra a ditadura militar?

Perguntado por: gcardoso . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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Esses jovens que aderiram a luta armada contra a ditadura foram derrotados porque o exército brasileiro possuía grande agilidade em encontrar e neutralizar quaisquer ameaças e combatentes, diferentemente da Colômbia, por exemplo, que teve uma guerrilha por décadas no país.

Somavam forças na oposição, principalmente, os estudantes, os artistas e os intelectuais, por meio de canções de protestos, sátiras, poesias, mídia alternativa, grupos de teatro etc. Da mesma forma, o Movimento Estudantil era um dos mais atuantes na resistência à ditadura.

A luta armada no Brasil aconteceu durante um regime ditatorial e autoritário, em que não havia liberdade de expressão e que, além disso, proibia reuniões, prendia, torturava e matava seus opositores.

Em seu lugar assumiu o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, até a eleição pelo Congresso do general Humberto de Alencar Castelo Branco, um dos principais líderes do golpe. Apoiados por: Estados Unidos.

Entre as principais justificativas para o golpe estava uma possível ameaça comunista representada pelo presidente João Goulart. A atividade militar foi apoiada por uma coligação formada por empresários, latifundiários e empresas de capital estrangeiro.

Os estudantes organizados tiveram um papel político de luta fundamental contra a ditadura militar. Foram às ruas protestar, participar de passeatas, integraram movimentos de luta armada, distribuíram panfletos, lutaram, enfim, contra o sistema repressivo vigente naquele momento.

Ditadura que deixou pelo menos 434 mortos e desaparecidos, torturou milhares com técnicas como choques e pau de arara, instituiu a censura na imprensa e na arte, levou pessoas ao exílio, cassou políticos, aumentou a desigualdade social e cerceou a liberdade de expressão.

Em suma, o Movimento Estudantil, num sentido mais amplo, é uma força jovem, com um espírito libertário que luta por demandas sociais para fazer justiça e a equidade dos povos. Não defende as ideologias imperialistas, nem os regimes totalitários, só busca a melhoria social e política de uma nação.

A tortura também foi um dos mecanismos da repressão e do autoritarismo da Ditadura Militar. A tortura era realizada, principalmente, contra opositores do regime, pessoas que, na ótica dos militares, eram vistas como subversivas.

A ditadura civil-militar no Brasil foi marcada pela extrema violência com a qual foram combatidos os opositores do regime. Prisões arbitrárias, torturas, estupros e assassinatos foram realizados pelas forças militares e policiais no país.

Uma das consequências mais gritantes da ditadura militar foi o aumento da desigualdade social. Para além disso, a falta de acesso da população à dados públicos, aumento da concentração de renda, inflação e aumento do endividamento externo.

O endurecimento do regime também foi a causa do surgimento da guerrilha armada no Brasil. Com intensa repressão e autoritarismo, muitos opositores resolveram lançar-se na luta armada, pois não tinha abertura para manifestar sua insatisfação. Foi a forma encontrada por alguns grupos para resistir.

Carlos Marighella

ALN – Ação Libertadora Nacional: dissidência do PCB em São Paulo, liderada pelo ex-deputado Carlos Marighella.

"Brasil: Ame-o ou deixe-o!", era usada por adultos e crianças, ostentada em objetos e nas janelas dos automóveis. "Brasil:AME-O", muitas empresas de transportes de valores utilizavam-na ostentada em seus veículos. "Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil".

Uma ditadura militar ou regime militar é uma forma de governo autoritário onde o poder político é efetivamente controlado por militares. Como qualquer ditadura ou regime, ela pode ser oficial ou não, e também existem formas mistas, onde o militar exerce uma influência muito forte, sem ser totalmente dominante.

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade afirmou que, durante a ditadura, 434 pessoas morreram ou desapareceram.

“Na ditadura o país viveu forte expansão econômica
O chamado 'milagre econômico' de fato existiu. Entre os anos de 1968 e 1973, o Brasil viveu um expressivo crescimento com uma média de 10% ao ano.