Por que os índios yanomamis estão passando fome?

Perguntado por: dbarros7 . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, esse problema foi causado pelo avanço do garimpo ilegal na região onde os yanomamis vivem. As crianças estão morrendo de contaminação por mercúrio, que é usado no garimpo, desnutrição e fome.

Crise humanitária na Terra Indígena Yanomami
Milhares de garimpeiros estão atuando ilegalmente no território e provocando um grande impacto ambiental, atacando comunidades e levando doenças – ações que resultaram na atual crise de saúde que está assolando comunidades Yanomami.

Desnutrição, malária, pneumonia e verminoses, além da violência constante de garimpeiros ilegais ocasionaram uma situação de crise sanitária e humanitária na maior terra indígena do Brasil, onde vivem cerca de 28 mil Yanomami.

A desnutrição e a falta de medicamentos registrados na Terra Yanomami são fatores determinantes para a situação precária encontrada pelas autoridades competentes, tanto federais quanto estaduais.

A pasta estima que, nos últimos quatro anos, 570 crianças Yanomami morreram de fome ou em decorrência de contaminação por mercúrio, por conta do garimpo ilegal. E mais de cinco mil estão desnutridas ou passam fome.

Em suas roças cultivam banana, man- dioca, batata-doce, cará, inhame, cana-de-açúcar, algodão e fumo, sendo a banana e a mandioca seus principais alimentos.

Ademais, também na época da Ditadura Militar, diversas doenças como malária, sarampo, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), coqueluche e desnutrição dizimaram o povo Yanomami em várias aldeias entre 1970 e 1980, principalmente.

Esse povo vive em grandes casas comunais circulares, chamadas de “yanos” ou “shabonos” – algumas podem acomodar até 400 pessoas. A área central é usada para atividades coletivas, como rituais, festas e jogos. Embora haja dados compilados, o número de indígenas que ocupam as aldeias varia de acordo com a região.

Três indígenas Yanomami foram assassinados por garimpeiros na região do Homoxi, dentro da Terra Indígena. A informação, divulgada nesse domingo (5), é do líder Júnior Hekurari Yanomami, que está na região acompanhando as ações de saúde frente à crise humanitária no território.

A crise humanitária dos yanomamis foi noticiada pela imprensa nacional, sobretudo por Sumaúma, que, em 20 de janeiro de 2023, divulgou que 570 crianças de até cinco anos morreram de doenças evitáveis, entre 2019 e 2022, na terra indígena.

Eles se sustentam em parte pela caça, coleta e pesca, mas as roças também são cultivadas em roças amplas localizadas na floresta. Como o solo amazônico não é muito fértil, um novo jardim é criado a cada dois ou três anos.

Em agosto de 1993 o mundo tomava conhecimento de um crime bárbaro: a execução de homens, mulheres e crianças indígenas que habitavam a região montanhosa de fronteira entre Brasil e Venezuela.

Segundos dados do Ministério da Saúde divulgados nesta semana, 129 indígenas que residem na Terra Yanomami já morreram em 2023; há vários registros de causas de morte evitáveis, como desnutrição, pneumonia e tuberculose.

A presença do garimpo ilegal no Território Yanomami causa múltiplos impactos na vida social dos indígenas. A crise humanitária é mais visível no estado de saúde delicado, especialmente de crianças e idosos, como visto nas últimas semanas, mas alcança ainda dimensões culturais desse povo.

As principais causas dos óbitos foram desnutrição grave, diarreia e pneumonia, doenças associadas à fome.

O que fazer nesse cenário
Para lideranças indígenas, um dos primeiros passos para enfrentar o problema da desnutrição na terra Yanomami é retirar o garimpo ilegal, que, além de problemas de saúde, causa problemas ambientais (como a contaminação dos rios por mercúrio) e tem agravado a violência na região.