Por que os índios não foram escravizados?

Perguntado por: avieira . Última atualização: 30 de abril de 2023
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A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609. Essas leis defendiam que somente em caso de “guerra justa” é que os indígenas poderiam ser escravizados.

Isto devido a dois fatos, em especial: os indígenas conheciam muito bem os territórios – o que dificultava sua captura e facilitava a fuga – e os padres jesuítas os defendiam da escravidão para que pudessem catequizá-los.

Foi com Marques de Pombal, diplomata e primeiro-ministro português, que a abolição foi decretada de forma definitiva ao ser estendida para todo o país.

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, na qualidade de regente do Império, durante uma viagem de D. Pedro II à Europa, assinou a Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil.

Segundo os cronistas da época, os indígenas consideravam os europeus amigos ou inimigos, conforme fossem tratados: amistosamente ou com hostilidade. Com o passar do tempo, e ante a necessidade crescente de mão de obra dos senhores de engenho, essa relação sofreu alterações.

A cultura indígena era baseada essencialmente na vingança e, dessa forma, a captura do inimigo não tinha fins lucrativos. Ao contrário dos povos africanos, que construíam reinos estruturados com base no comércio negreiro com os estrangeiros.

História Hoje: Saiba mais sobre Pombal, o marquês que libertou indígenas escravizados no Brasil | Radioagência Nacional.

De fato, segundo as pesquisas da University College London (UCL), a colonização exterminou quase 90% da população em um século, ou seja, cerca de 56 milhões de indígenas.

No primeiro século de contato, 90% dos indígenas foram exterminados, principalmente por meio de doenças trazidas pelos colonizadores, como a gripe, o sarampo e a varíola.

Então, no século XVI, com o controle dos mercados africanos pelos holandeses, a mão de obra ficou escassa e sentiram a necessidade de escravizar os indígenas.

Não reconhecendo nos nativos uma cultura própria, os portugueses pretendiam torná-los súditos do rei de Portugal e cristãos. Eram incapazes de entender os índios e o seu contexto sociocultural, reduzindo-os à condição de selvagens, de acordo com os padrões europeus.

Os indígenas foram primeiramente escravizados justamente por ser o único grupo disponível em grande quantidade para que os portugueses pudessem explorar. A escravização dos indígenas era mais barata, mas uma série de fatores tornavam-na mais complicada de sustentar-se. trabalho era a de subsistência.

Diferentemente do “escravo”, privado de liberdade, em estado de servidão, o “escravizado” entra em cena como quem “sofreu escravização” e, portanto, foi forçado a essa situação.

Haiti

Ou seja: conhecer a história da Revolução do Haiti (1791 – 1825). Foi o primeiro país a abolir a escravidão e o segundo a proclamar a Independência nas Américas. Tornou-se o único caso na história da humanidade em que uma insurreição de escravos destruiu a sociedade vigente e gerou uma nação.

Brasil

O Brasil utilizou-se do trabalho escravo desde o início da sua colonização e foi o último país a abolir o regime escravocrata. Isso só aconteceu no século XIX, após o imperador D. Pedro II não resistir mais à pressão da Inglaterra, de outros países europeus e da sociedade brasileira da época para libertar os negros.