Por que os conflitos de terra envolvem os povos indígenas brasileiros?

Perguntado por: abotelho . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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a expansão das grandes empresas rurais esbarra no processo de demarcação de terras indígenas, o que tem motivado violentos confrontos armados no Centro-Oeste do país.

A posse de terra é, segundo a Pesquisadora Melissa Volpato, a principal causa de conflitos nas comunidades. Muitas terras indígenas são invadidas e têm seus recursos naturais explorados ilegalmente. Aproximadamente 85% das terras indígenas sofrem algum tipo de invasão, sendo essa estimativa aceita pela Funai.

Para além dos desafios territoriais, os povos indígenas enfrentam, ainda nos dias de hoje, problemas com racismo, preconceito, violação aos direitos das mulheres indígenas, falta de acesso à saúde e serviços públicos, além da alimentação escassa e pobre em nutrientes.

No mundo existem regiões que vivem intensos conflitos oriundos de vários motivos, como luta por territórios, pela independência, por questões religiosas, recursos minerais, entre outros.

Diversos povos vivem em constantes conflitos para obter autonomia política sobre um território, ou seja, lutam contra o domínio ou a invasão de seu território por outros países. Essa luta por autonomia pode levar à criação de países.

Consequências e impactos
O Cimi adverte que, dentro dos territórios, os grupos de invasores além de causarem todo o tipo de devastação ambiental, também rompem com o modo de ser, os costumes e a cultura dos povos indígenas. Além de causarem a migração forçada de algumas etnias.

Os garimpeiros propuseram aos índios que lhes permitisse explorar o território em busca de minérios enquanto distribuíam espingardas e munições aos mesmos que rapidamente aceitaram o negócio.

Os confrontos no país, que possui 60% da região estudada e concentra 76,1% dos conflitos socioterritoriais, estão em sua maioria relacionados à disputa de terra com pecuaristas e produtores de monoculturas. A Colômbia, na segunda posição, soma 227 registros, enquanto o Peru registra 69 e a Bolívia, 17.

A demarcação de terras, além de valorizar a cultura dos povos indígenas no Brasil, também é importante por combater o desflorestamento e contribuir na preservação das espécies da fauna e da flora local.

A cultura indígena possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira. Ela está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.

Conservam e restauram florestas e recursos naturais
Eles adaptaram seus estilos de vida para se adequar e respeitar seus ambientes. Nas montanhas, os sistemas de manejo da paisagem dos povos indígenas preservam o solo, reduzem a erosão, conservam a água e diminuem o risco de desastres.

Freqüentemente, esses conflitos são o resultado do desrespeito às diferenças entre grupos e sociedades, da intolerância, do fato de sociedades quererem se sobrepor a outras e explorá-las de alguma forma - essa situação foi uma constante ao longo da história da humanidade.

“A única maneira de ganhar uma discussão é evitando-a.” Essa famosa sentença de Dale Carnegie permanece relevante quando a pauta envolve conflitos. Sim, conflitos fazem parte de qualquer ambiente social, mas é sempre melhor saber como evitá-los, pois essa é a única forma real de se ganhar: desviando dele ao máximo.

A oposição de ideias e de posturas pode levar a problemas nos relacionamentos interpessoais e causar a sensação de desconforto. Em alguns casos, os conflitos podem ser mais intensos, a ponto de gerar discussões ou brigas.

De acordo com ele, as informações mais antigas da presença pataxó no local vêm de um laudo pericial que diz que no século 17 eles foram violentamente expulsos do seu território. O sentimento de hostilidade advém das maneiras cruéis e espúrias de negar aos indígenas o direito à sobrevivência física e cultural, afirmou.

O genocídio dos povos indígenas no Brasil existe desde os tempos da colonização portuguesa, com a implementação do cultivo da cana-de-açúcar na costa brasileira. Esse processo consistiu no extermínio das populações indígenas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doenças trazidas pelos europeus.

Segundo ela, o desmatamento, ocorrência de incêndios, a proximidade com rodovias, degradação florestal, mineração e o avanço da agropecuária. O levantamento indica que, na comparação com o período de 2001 a 2010, de 2011 a 2019, o percentual de áreas ameaçadas no entorno das terras indígenas aumentou 74%.

No decorrer de 2020, a entidade identificou nove mortes por conflitos no campo em todo o território nacional. Em 2021, o número saltou para 109, um aumento de 1.110%. Desse total, 101 mortes foram de indígenas Yanomami provocadas por ações de garimpeiros.

Na maior reserva do país, a terra indígena Yanomami, a invasão de garimpeiros deixa rastros de destruição, com aumento da fome, abuso sexual e mortes.

A conservação ambiental das Terras Indígenas é uma estratégia de ocupação territorial estabelecida pelos povos indígenas. Os povos indígenas ajudam a ampliar a diversidade da fauna e da flora local porque têm formas únicas de viver e ocupar um lugar.

A maior parte destes conflitos envolve disputas por território e inclui, dentre as motivações, diferenças étnicas, religiosas e o controle de recursos naturais.