Por que Nietzsche é niilista?

Perguntado por: idias . Última atualização: 3 de maio de 2023
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Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo alemão, sugeriu através da corrente niilista a “ausência de sentido” ligado ao conceito do “Super-Homem”. Essa proposta surgiu a partir da “Morte de Deus”, isto é, da inexistência de qualquer princípio.

Ao longo do tempo, diversos filósofos teorizaram sobre o niilismo, o existencialismo e o absurdo da vida, entre eles destacam-se Friedrich Nietzsche - considerado o pai do niilismo -, Albert Camus e Thomas Nagel.

Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.

Para isso é necessário criar novos valores!

  • Niilismo Negativo – Platonismo e Cristianismo. 11 de novembro de 2015. ...
  • Niilismo Reativo: a falsa morte de Deus. 25 de novembro de 2015. ...
  • Niilismo Passivo: Nada de Vontade. 17 de fevereiro de 2016. ...
  • Niilismo Ativo – Transvaloração de Todos os Valores. 2 de março de 2016.

A vida vem do nada e termina no mesmo nada, sem qualquer sentido. Além disso, o fenômeno que nasceu junto da pós-modernidade trás uma lógica de questionamento de valores sociais como tradições, dogmas e crenças que regem a vida, se apegando na certeza de que tudo é nada, ou seja, não há sentido.

O Niilismo é uma “parada” que surgiu nos meados do século XVIII, quando o Idealismo Alemão era acusado de ser niilista. Isso ocorreu porque as teorias do filósofo Immanuel Kant desestruturaram os alicerces intelectuais da época de tal maneira que os paradigmas vigentes acabaram por ruir.

O niilismo, de acordo com a perspectiva de Gianni Vattimo, filósofo niilista italiano, pode ser considerado como um movimento “positivo” – quando pela crítica e pelo desmascaramento nos revela a abissal ausência de cada fundamento, verdade, critério absoluto e universal e, portanto, convoca-nos diante da nossa própria ...

Portanto, o niilismo, além de ser um fenômeno histórico e um modo de ser do homem, é também considerado por Nietzsche fundamentalmente um fenômeno estético. Ou seja, trata-se de mostrar como a superação do niilismo só é possível mediante um ato produtivo do homem, ou ainda através de uma ação artística.

O niilismo é definido como a rejeição dos princípios da civilização enquanto tal. VI. O niilismo alemão rejeita os princípios da civilização enquanto tal, em favor da guerra e de ideais bélicos.

Nietzsche foi certamente o primeiro filósofo a estudar muito o niilismo e a tentar levar suas implicações a sério, mas isso não significa que ele era um niilista no sentido que a maioria das pessoas entende com o rótulo.

Ele critica uma sociedade edificada sob o ideário cristão que está amparado em uma moral que, por séculos, foi usada como mecanismo de domínio e manutenção de poder. Nietzsche entende o Cristianismo enquanto negação da vida e/ou Religião da decadência.

Deus está morto

1. "Deus está morto". Essa é uma das frases mais famosas e polêmicas de Nitetzsche. O pensador, que vinha de uma família de pastores com forte ligação com o cristianismo, em determinado momento de sua vida rompe com a religião.

Assim Falou Zaratustra (1883)
Na obra, estão as ideias-chaves do pensamento de Nietzsche: a ideia de Super-Homem, a ideia de Transmutação de Valores, a ideia de Espírito Senhoril e a ideia de Eterno Retorno. Que derrotariam a moral cristã e o ascetismo servil.

O niilista é o indivíduo que encara a vida com indiferença. Crítica o que há a sua volta, afirmando que tudo é falso porque é tudo artificial. Desta forma, para Nietzsche, o niilismo é o sintoma do adoecimento do homem.

Nesse âmbito, depreende-se em Nietzsche, de acordo com Heidegger, queo niilismo é a ausência de valores. É a ausência dos valores supremos. É a morte de Deus: a morte dos valores supremos: “'Sentido' significa o mesmo que valor, pois Nietzsche também diz 'ausência de valor' no lugar de 'ausência de sentido'(...)

Diante de tamanho querer, Friedrich Nietzsche (1844-1900) propôs o “super-homem” como proposta para a superação do homem a partir de uma força oriunda do próprio indivíduo por se encontrar nele mesmo, a fim de transvalorar dicotomias, erros e preconceitos que negavam a existência.

Segundo Nietzsche a vida é um constante criar e recriar sem uma teleologia pré-definida. É justamente por este aspecto que a arte expressa de forma mais transparente o que a vida é, pois, a arte é justamente o processo de criação e recriação sem uma finalidade para além da própria criação.

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