Por que Martinho Lutero criticava a venda de indulgências?

Perguntado por: aaparicio . Última atualização: 3 de maio de 2023
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Embora as indulgências tenham inspirado as 95 Teses marcando o início da Reforma Protestante, Lutero as considerava insignificantes em relação a outras questões teológicas que eram mais graves.

Esse verdadeiro comércio de indulgências que se tornou comum na época era, de acordo com Lutero, perigoso, porque dava às pessoas a falsa ideia de que elas estavam com a sua ida aos céus garantida, deixando de valorizar ações verdadeiramente importantes.

Críticas às indulgências
Bom, o ponto principal da crítica de Lutero é a questão das indulgências.

O religioso questionava práticas do clero católico, como a cobrança de indulgências, afinal, o fiel não precisava mais se arrepender dos pecados para obter o perdão, mas sim depositar algumas moedas nos cofres das igrejas que a alma já estava absolvida.

Em duas teses, ele questiona por que o Papa não esvazia o purgatório apenas por um ato de amor e por que não constrói a Basílica de São Pedro com seu próprio dinheiro, já que é um homem rico. Mas ele vai identificar que essas indagações não são esclarecidas por conta da autoridade papal.

Lutero estava insatisfeito com certas condutas da Igreja, sobretudo com as indulgências, que eram comuns na Igreja Católica da época. Nesse contexto, essa prática acontecia por meio dos dízimos feitos pelos fiéis para a Igreja em troca do perdão de seus pecados.

Na verdade, Lutero era contra as práticas abusivas na venda das indulgências, venda feita por pessoas inescrupulosas como era o caso do frade dominicano Johann Tetzel com quem Martinho Lutero entrou em atrito direto.

Entre outros pontos estabelecidos por esse documento, Lutero criticava a venda de indulgências e a negociação de cargos eclesiásticos feitas pela Santa Igreja.

A Reforma Protestante
O estopim da Reforma Protestante aconteceu em 1517, quando Martinho Lutero se deparou com o dominicano Tetzel que vendia indulgências em Wittnberg. Em resposta, no dia 31 de outubro, escreveu 95 teses que criticavam a Igreja Católica e Papa, fixando-os na porta da Catedral de Wittenberg.

A venda de indulgências transformou-se em um comércio que colaborou, principalmente durante os anos da baixa Idade Média, para o acúmulo de bens, dinheiro e terras pela igreja católica. O comércio foi também um dos responsáveis pelo afastamento dos fiéis das doutrinas pregadas e defendidas pelos católicos.

As indulgências eram vendidas como se fossem lugares no Céu, fazendo com que as pessoas acreditassem que já estavam salvas por terem comprado uma delas.

Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão. Lutero criticava aquilo que ele encarava como uma espécie de “negociação da salvação” por meio das indulgências.

Martinho Lutero posicionou-se fortemente contra a prática da venda de indulgências em suas 95 teses. O que Martinho Lutero fez, na prática, com a humildade de um membro da Igreja Católica, foi questionar se a Igreja estava, em verdade, cumprindo a essência do Cristianismo.

Apesar de ser um monge e, portanto, membro do clero, Lutero tinha inúmeras críticas à Igreja Católica. O grande questionamento que movia Lutero era a questão da venda de indulgências, isto é, a Igreja pedia doações em dinheiro em troca de perdão pelos pecados.

A indulgência era um perdão que a Igreja oferecia às pessoas que se arrependiam de seus pecados. Tratava-se de uma espécie de carta vendida pela Igreja aos fiéis: ao comprá-la, os cristãos estariam recebendo o perdão dos pecados cometidos.

Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno. As boas obras não tornam bom o homem, mas o homem bom pratica boas obras. As obras más não tornam mau o homem, mas o homem mau pratica obras más.

"Ele queria, na verdade, fazer uma reforma em que, na cabeça dele, seria um melhoramento [da Igreja Católica]. Lutero não queria criar uma nova igreja, suas 95 teses foram movidas pelo grande amor que ele tinha à Igreja Católica."

A) Lutero alegou que a salvação espiritual não era determinada pelos membros da Igreja. Ele acreditava que a fé era o elemento fundamental para que alguém obtivesse o favor divino. Além disso, criticou a venda de indulgências e questionou o monopólio interpretativo da Bíblia imposto pelos clérigos católicos.

Não compramos o olhar benfazejo de Deus com as nossas obras. Esse olhar é anterior, vem “por sua palavra cheia de graça, gratuitamente e por pura misericórdia”: é esse olhar o fundamento do bem que pode emergir em mim, e não o contrário.