Por que Macunaíma se transforma em vários seres no livro?

Perguntado por: vamorim . Última atualização: 30 de maio de 2023
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Cabe sobretudo a Macunaíma, por ter o poder de alterar a si, ao outros seres e ao ambiente, a fundação da (nova) identidade nacional fixada pelo livro homônimo. Já as metamorfoses presentes no processo narrativo abordam outras mudanças, como as da voz narrativa, que afastam o texto da tradição literária brasileira.

Macunaíma, mutilado, vai bater na casa do Pai Mutum, que, com dó dele, faz uma feitiçaria e transforma-o na constelação da Ursa Maior. “Ia pro céu viver com a malvada.

Macunaíma se transforma no Imperador do Mato Virgem e tem um filho com Ci. O filho morre envenenado ao mamar no mesmo peito que uma cobra havia mamado. Ci fica muito triste, dá a muiraquitã para Macunaíma e sobe aos céus.

Macunaíma, o filme, é uma síntese do Brasil, é a representação de uma nação em busca do próprio caminho. E o caminho para isso é mostrado por meio de seus costumes, de seu folclore, de sua natureza e também de suas contradições.

Macunaíma é uma das obras mais importantes do modernismo brasileiro, ela representa o movimento e condensa muitas das ideias consideradas centrais pelos vanguardistas! Publicada em 1928, o livro foi escrito por Mário de Andrade, um dos principais artistas na organização da Semana de Arte Moderna de 1922.

A cena em que Macunaíma e seus dois irmãos se banham na água que embranquece pode ser entendida como o símbolo das três etnias que formaram o Brasil: o branco, vindo da Europa; o negro, trazido como escravo da África; e o índio nativo. Nessa cena, Macunaíma é o primeiro a se banhar e torna-se loiro.

Lembram-se do que Macunaíma fez no final para se tornar o herói ideal, representante do povo brasileiro? Ele tomou um banho! Isso mesmo, um banho, ele se lavou. O ato que universalmente significa purificação e limpeza foi o que Macunaíma fez para tornar-se branco no capítulo V do livro.

Macunaíma é o herói sem nenhum caráter porque está em constante transformação, espécie de argila a ser moldada pelo medo e pelo prazer. Índio nascido preto, sem pai, torna-se branco. Malandro a cair na conversa dos mais espertos. Mentiroso incorrigível que mente para sobreviver e tirar vantagem.

Em um momento da narrativa, mergulha num poço encantado e se transforma em um homem branco, loiro e de olhos azuis. Maanape: irmão de Macunaíma, acaba simbolizando a figura do negro. Jiguê: outro irmão de Macunaíma, que simboliza a figura do índio.

Ele toma banho em uma água mágica e sua pele fica branca, os olhos azuis e os cabelos loiros. Jiguê também decide se banhar na piscina natural, mas como o irmão já tomou banho nela, o máximo que ele consegue é obter a cor do bronze. Maanape fica com o restinho da água e só molha a palma das mãos e dos pés.

Como o próprio Mário declarou, ele teve muitas intenções ao escrever Macunaíma, tratando de diversos problemas brasileiros: a falta de definição de um caráter nacional, a cultura submissa e dividida do Brasil, o descaso para com as nossas tradições, a importação de modelos socioculturais e econômicos, a discriminação ...

Gênero cômico: a obra apresenta uma série de acontecimentos divertidos e além disso, recorre a uma abordagem cômica para representar o caráter nacional. Influência das vanguardas europeias: Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo, Expressionismo (narrativa mítica, ações ilógicas, oníricas).

O novo filme de Miguel Antunes Filho, “Filhos de Macunaíma”, é uma provocação política que se permite existir pela configuração daqueles corpos antes a reestruturação do governo. Seu título surge em meio a oposição estatal à cultura e o nacionalismo tóxico crescente.

Narra as aventuras de Macunaíma, herói sem nenhum caráter que sai da floresta amazônica e vai para São Paulo, onde enfrenta o gigante Piaimã. O vilão está de posse de uma muiraquitã, um amuleto que o herói recebeu de Ci, a Mãe do Mato. A obra possui tempo cronológico e um narrador observador.

O tema central de Macunaíma é a busca de Muiraquitã, que pode ser interpretada como a busca da própria identidade nacional. Se interpretada dessa forma, o leitor pode concluir que Mário acreditava que, através das lendas, dos folclores, das composições populares regionais, encontrava-se o melhor caminho para achá-la.

Apaixona-se por Ci, a Mãe do Mato, e com ela tem um filho que morre ainda bebê. O filho morre, Ci sobe para o céu com um desgosto e vira uma estrela. Macunaíma fica triste por perder a amada, mas ela deixa uma recordação: um amuleto chamado muiraquitã.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

Que reação de Macunaíma não condiz com o que se espera de um herói? O fato de mudar de cor. Seus muitos gritos por causa do frio da água.

Macunaíma é erotizado e, a todo custo, busca prazeres sexuais. Ainda na floresta, ele ganha um talismã indígena, a muiraquitã. Depois perde a pedra e então viaja para São Paulo e Rio de Janeiro a fim de tentar recuperá-la.

Porém, Macunaíma acabou sendo mutilado. Apesar de ter aberto o abdômen do monstro e recuperado algumas partes do corpo, não conseguiu pegar a Muiraquitã e nem a sua perna. O herói acaba indo para o céu e se torna a constelação da Ursa Maior. E assim encerramos o resumo do livro Macunaíma.

Macunaíma encontra Ci, a mãe do mato, e a toma como esposa, tornando-se o Imperador do Mato Virgem. Depois de perderem um filho, Ci morre e lhe dá uma pedra verde que serve de amuleto: o muiraquitã.