Por que cada tribo indígena possui uma forma de fazer arte diferente?

Perguntado por: avarela7 . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Cada tribo indígena possui comportamentos e costumes próprios que as diferenciam uma das outra. Logo, isso também interfere na maneira como eles produzem sua arte. Dessa forma, a arte indígena brasileira guarda aspectos individuais de cada tribo.

Características da arte indígena
Intimamente ligadas à vida em comunidade, às necessidades diárias, celebrações, cerimônias e rituais, estas formas artísticas estão alicerçadas nas tradições e são transmitidas de geração em geração.

As produções indígenas mais comuns à maioria das etnias brasileiras são: cerâmica, pintura corporal, máscaras, cestaria e arte plumária. Objetos decorativos e utilitários, adornos, acessórios, armas e instrumentos musicais também fazem parte da arte produzida pelos povos indígenas.

A pintura corporal é, sem dúvidas, a arte indígena brasileira mais representativa dos índios. Isso porque ela não busca apenas um valor estético, mas a sim a transmissão de valores culturais de cada tribo.

Sua principal arte era a cerâmica, que podia ser de uso doméstico (para guardar mantimentos, simples e não apresentavam a superfície decorada), cerimonial (uso festivo ou homenagens fúnebres, eram bem decorados, caracterizados por apresentar desenhos, cortes na cerâmica ou em alto relevo), ou funeral (decoradas com ...

O ato de se pintar ritualmente é, ainda, uma forma de expressar os valores da cultura de uma etnia. Além da relevância estética, as pinturas traduzem usos, costumes, saberes e tradições ancestrais, obedecendo a preceitos simbólicos e ritualísticos passados de geração em geração.

Servem também para ornamentar máscaras, colares, braçadeiras, brincos, pulseiras e cocares, que são feitos de penas e de caudas de aves. Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve também para indicar os grupos sociais. Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte plumária.

A pintura corporal indígena tem grande importância e seu significado é muito amplo, podendo ir da simples expressão de beleza e erotismo à indicação de preparação para a guerra ou, até mesmo, como uma das formas de aplacar a ira dos demônios.

As narrativas indígenas sobre o passado são formas de “transmitir as crenças e os valores” de um povo, “esperando que as novas gerações os apreciem e continuem transmitindo a história”. É uma maneira de “conectar o passado com o futuro, uma geração com a outra, a terra com a gente e a gente com a história”.

Também para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos 'falam', dão recados. Caprichar na tinta, nas cores e nos desenhos garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser.

Entre os povos indígenas, a criação artística está em toda a parte: na pintura corporal, na construção das casas, nas performances musicais, nos objetos usados para comer e guardar coisas. Não existe separação entre a arte e as outras esferas da vida, como é no mundo não indígena. Ela está em todos os lugares!

De acordo com ela, a arte e as diversas formas de expressão podem ser um caminho de aproximação entre as culturas, pois são capazes de conectar pessoas e povos diferentes. “A arte indígena é potente, rica e diversa. Com sua beleza e formas nos toca e nos comove.

Cada tribo indígena possui comportamentos e costumes próprios que as diferenciam uma das outra. Logo, isso também interfere na maneira como eles produzem sua arte. Dessa forma, a arte indígena brasileira guarda aspectos individuais de cada tribo.

As tintas utilizadas nas pinturas pelos povos indígenas são produzidas a partir de frutos, como é o caso do fruto do urucuzeiro (uru- cum) e do fruto do jenipapeiro (jenipapo) e de outros elementos naturais como o carvão, a argila, e outros.