Por que as pessoas se recusam a doar órgãos?

Perguntado por: lgomes7 . Última atualização: 22 de fevereiro de 2023
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Os especialistas explicam que a recusa dos parentes na doação de órgãos tem como base a falta de conhecimento sobre o que é a morte encefálica, além de fatores religiosos ou o entendimento que o familiar possa se recuperar.

O que falta para a doação de órgãos se popularizar no Brasil? Além da realização de campanhas, é fundamental que a doação de órgãos não seja mais vista como um tabu no Brasil para que a prática seja popularizada. Explicar o que é a morte encefálica (morte cerebral), também pode ajudar.

Quem tem tatuagem pode ser doador de órgãos? Sim. No entanto, o indivíduo não pode ter se tatuado nos últimos 12 meses, segundo determinação da Portaria do Ministério da Saúde, para fazer a doação de órgãos.

Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam da doação. O gesto de familiares de um mesmo doador pode beneficiar várias pessoas e, todos os anos, milhares de vidas são salvas.

Nenhuma religião se posiciona de modo absoluto contrária à doação, mas a crença da morte relacionada à parada do coração e os rituais ligados ao corpo falecido limitam a possibilidade de adesão à doação e, posteriormente, ao transplante.

A partir da análise dos artigos científicos que abordam tratamentos alternativos à transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová, verificou-se que na contemporaneidade são utilizadas diversas alternativas à transfusão sanguínea, como a eritropoietina ou a hemodiluição normovolêmica aguda.

As Testemunhas de Jeová não fazem uso do sangue de nenhuma das formas. O ordenamento jurídico brasileiro não possui lei ou norma que obriguem um paciente a submeter-se à transfusão sanguínea e tampouco que obriguem um médico omitir-se diante da vontade de tal paciente.

A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. No ano passado, 43% das famílias, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada.

O desconhecimento de familiares sobre potenciais doadores impossibilita que pacientes venham a receber o transplante, tão necessário quando um órgão ou tecido apresenta insuficiência funcional terminal.

Doar nos faz pessoas melhores
Uma outra forma de convencer as pessoas a doarem para a sua causa é mostrando que a doação também faz bem para ela! Ao contribuir com uma causa importante, o doador ou a doadora se sente realizado e, por isso, muitas vezes fica mais feliz.

No Brasil, não é permitido o transplante de nenhum outro órgão, como por exemplo: pênis, útero, mão e outras partes do corpo humano.

Pode ser doador qualquer pessoa que venha a morrer por morte encefálica e em que sua família autorize a doação dos órgãos ou tecidos. Apenas algumas poucas doenças, como alguns tipos de câncer e o HIV impedem a doação. Para doar tecidos, além da morte encefálica o doador pode ter tido morte com coração parado.

Muitas doenças, como hepatite e o diabetes, são impeditivos para quem deseja ser um doador. E quem tem ou já teve câncer, inclusive leucemia, também estará impossibilitado de doar, salvo a algumas exceções bem raras, que dependerão de cada caso.

A doação é um ato altruísta e de solidariedade, a doação de sangue é um ato que salva vidas. Uma única doação pode ajudar a salvar até quatro vidas. Esse é um gesto de amor que pode gerar muitos sorrisos.