Por que a figura indígena passou a ser um símbolo nacional?

Perguntado por: lalencastro . Última atualização: 29 de abril de 2023
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Para valorizar as origens da nacionalidade escolheu-se o índio, visto como parte integrante e como fundador da nação brasileira. Em 1856, quando Gonçalves de Magalhães publicou o poema épico A Confederação dos Tamoios, obra financiada pelo Imperador, o índio passou a ser considerado o símbolo nacional.

José de Alencar foi um dos mais representativos escritores brasileiros que explorou a mitificação do índio como herói nacional.

A figura do homem nativo substituiu o herói medieval europeu em nossa literatura: o índio era visto como o “bom selvagem”, cujo comportamento era idealizado.

Ao longo dos anos o cocar se tornou um dos principais ornamentos tradicionais usados pelos indígenas e possui grande simbologia na sua cultura.

Os símbolos indígenas transmitem sempre algo muito significativo para essa cultura. Na arte indígena, grafismos e símbolos de guerra e proteção, por exemplo, podem ser encontrados em diversos tipos de artesanato (cestaria, cerâmica) e em tatuagens. Entre outros, eles expressam conhecimento, sabedoria e o sagrado.

Cultura indígena no Brasil
A cultura indígena tem muitas influencias diretas na sociedade brasileira, desde a culinária até o artesanato, passando por hábitos, ensinamentos sobre plantas medicinais e até mesmo na dança.

Andar descalço pela casa e dormir em redes são hábitos herdados dos índios. O artesanato produzido a partir de fibras, palhas, penas, escamas de peixes, sementes, plantas e do barro, conhecido em diversas partes do mundo, nasceu das mãos das índias nos tempos primórdios.

O indígena aparece na literatura brasileira desde as primeiras ma- nifestações literárias; desde a carta de Pero Vaz Caminha aos cronistas dos séculos XVII e XVIII. Nessas obras, contudo, o índio aparece apenas como registro, equivalente às referências encontradas nas obras dos via- jantes.

A Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, porém não prevê a sua obrigatoriedade nos estabelecimentos de ensino superior para os cursos de formação de professores (licenciaturas).

As manifestações dos povos indígenas, muitas vezes, negligenciadas ou esquecidas, na verdade, carregam significados que reverberam na construção da identidade do país e dos indivíduos. São danças, modos de fazer, rituais e práticas artísticas intrínsecas à formação da sociedade brasileira.

O índio é representado exatamente da maneira pela qual eles vivem em suas tribos, sem omitir nenhuma informação ou adicionando algo falso.

O indígena geralmente é visto como uma cultura totalmente fora de nossa realidade, uma cultura isolada e que até nos dias atuais continua vivendo de forma isolada e sem contato com as novas tecnologias, conhecimento político e de civilização. Contudo, a população e cultura indígena vai muito além disso.

A origem do Indianismo
Outros estudiosos sugerem que poetas árcades, no século XVIII, tenham sido os primeiros a trazerem à cena literária os povos nativos e as belezas naturais do Brasil, assim como fez o poeta mineiro Basílio da Gama (1741-1795), com a publicação de O Uraguai, em 1769.

A Literatura Indígena não envolve apenas técnicas de escrita, mas compreende também sentimento, pertencimento, memória, identidade e resistência, um fenômeno cultural e político importante.

O símbolo assume na vida humana uma importância relevante, pois, sem ele, o ser humano não teria capacidade de comunicar toda a sua expressividade. Portanto, é natural perguntar o que é na verdade o símbolo. Ele é um sinal, mas um sinal com um sentido próprio. No símbolo, impregnam-se muitos significados.

A data homenageia os símbolos que representam o Brasil e a identidade da nação no mundo. Descritos na Constituição Federal, os quatro símbolos oficiais do Brasil são: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais (ou Brasão Nacional) e o Selo Nacional.