Por que a escravidão indígena foi substituída pela escravidão negra?

Perguntado por: omoura . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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O que parece ter sido decisivo na substituição da mão de obra indígena pela africana foi a combinação de três fatores: um crescente decréscimo da população indígena (nos anos 1540, mais pela guerra; nos anos 1560, mais por pestes e epidemias), a multiplicação dos engenhos necessitados de cativos e as boas relações dos ...

I - A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil foi progressivamente abandonada e substituída pela africana, entre outros motivos, devido aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro.

Os nativos não possuíam a representatividade econômica dos africanos, isto é, ao contrário destes, os índios era cativos e não comercializados, o tráfico negreiro era uma alternativa mais rentável a coroa.

Com o trabalho escravo vindo da África sendo vantajoso financeiramente e atraente para os senhores de engenho do Nordeste, o tráfico negreiro intensificou-se para essa região, e, dessa forma, a escravidão indígena foi sendo substituída pela mão de obra negra.

Os indígenas também sofreram com a escravidão. O fim da escravidão indígena ocorreu em dois momentos. Em 1755, com uma lei válida apenas para o Estado Grão-Pará e Maranhão e em 1758, quando a lei foi estendida para todo o país.

Considerando os indígenas como súditos, era legal e moralmente inaceitável escravizá-los. Mas a realidade ditava-lhe essa necessidade. O valor da Colônia centrava-se, cada vez mais, na grande produção açucareira, e esta, para ser lucrativa, exigia um grande contingente de trabalhadores escravos.

Mucamas eram escravas negras de estimação que auxiliavam nas tarefas domésticas ou acompanhavam pessoas da família, principalmente as sinhás-donas (as donas de casa) e sinhás-moças (as filhas moças da família), na época da escravidão no Brasil.

ESCRAVIDÃO, ESCRAVO NEGRO: a chamada "escravidão moderna, ou escravidão negra" começou com o tráfico africano no século XV, por iniciativa dos portugueses (em 1444, estes começam a adquirir escravos negros no Sudão), com a exploração da costa da África e a colonização das Américas.

Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias que mataram indígenas aos milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria escravização. Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um escravo africano.

Uma dessas razões, por exemplo, foi por ser a mão-de-obra negra mais qualificada do que a indígena. Outra forte razão, foram os altos lucros que o tráfico de escravos africanos rendia para os comerciantes. O tráfico era, sem dúvida, uma das atividades mais lucrativas do sistema colonial.

Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609. Essas leis defendiam que somente em caso de “guerra justa” é que os indígenas poderiam ser escravizados.

Tal processo deu-se, primeiramente, com a escravização dos indígenas, e, ao longo dos séculos XVI e XVII, essa foi sendo substituída pela escravização dos africanos, trazidos por meio do tráfico negreiro.

Resposta verificada por especialistas
Podemos afirmar que a substituição da mão de obra escrava pela mão de obra livre foi acompanhada de uma visão preconceituosa porque buscava-se puramente uma mão de obra barata, então os senhores do café basicamente tratavam e ofereciam condições precárias aos imigrantes.

Princesa Isabel

Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea que aboliu oficialmente o trabalho escravo no Brasil.

No século XVIII os degradados e ciganos de Portugal eram uma importante fonte de mão de obra para algumas regiões do Brasil (BOXER, 1977; LARA, 1999, 2000). Além dos degredados, o Brasil também contou com outras fontes de mão de obra branca, para trabalho compulsório.

A primeira Lei, de 1755, abolia a escravidão indígena apenas para o Estado Grão-Pará e o Maranhão. Foi com Marques de Pombal, diplomata e primeiro-ministro português, que a abolição foi decretada de forma definitiva ao ser estendida para todo o país.