Por que a escravidão indígena foi abandonada?

Perguntado por: udias . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Por fim, a escravidão indígena foi suplantada pela africana, pois se acreditava que os índios não suportavam o trabalho forçado e acabavam morrendo. Isso acontecia em decorrência do trabalho pesado ou vítimas de epidemias contraídas do contato com o homem branco, gripe, sarampo e varíola.

Para Bessa, do Programa de Estudo de Povos Indígenas da Uerj (Pró-Índio), a abolição da escravidão indígena ocorreu somente de forma definitiva depois, por iniciativa do marquês de Pombal. Primeiro, por lei de 6 de junho de 1755, válida para o Estado do Grão-Pará e Maranhão.

Durante todo o século XVI e início do XVII os portugueses aplicaram simultaneamente esses métodos. Naquele momento consideravam a mão-de-obra indígena indispensável aos negócios açucareiros. A Coroa portuguesa ficava dividida. Considerando os indígenas como súditos, era legal e moralmente inaceitável escravizá-los.

Segundo os cronistas da época, os indígenas consideravam os europeus amigos ou inimigos, conforme fossem tratados: amistosamente ou com hostilidade. Com o passar do tempo, e ante a necessidade crescente de mão de obra dos senhores de engenho, essa relação sofreu alterações.

Eles eram amarrados em postes ou pendurados pelos pulsos. Também eram surrados com pedaços de pau e castigados com rabo de tatu, uma espécie de chicote com argola no cabo e duas talas na ponta.

A "missão evangelizadora" também era uma justificativa para escravizar os africanos "infiéis". Além disso, o negro era considerado um ser inferior, uma coisa, não uma pessoa, e por isso não tinha nenhum direito. Dessa forma, gradativamente os negros substituíram os nativos indígenas no trabalho escravo na colônia.

No primeiro século de contato, 90% dos indígenas foram exterminados, principalmente por meio de doenças trazidas pelos colonizadores, como a gripe, o sarampo e a varíola.

Milhares morreram no contato direto ou indireto com os europeus e as doenças trazidas por eles, pois não possuíam imunidade natural. Gripe, sarampo, coqueluche, tuberculose, varíola e sífilis são alguns dos males que vitimaram sociedades indígenas inteiras.

A cultura indígena era baseada essencialmente na vingança e, dessa forma, a captura do inimigo não tinha fins lucrativos. Ao contrário dos povos africanos, que construíam reinos estruturados com base no comércio negreiro com os estrangeiros.

A revolta de Vila Rica ou de Filipe dos Santos (1720)
Alguns escravos eram treinados desde meninos para engolir pepitas e passar pelos fiscais.

Resposta. A reação deles foi violenta: Guerras, ataques ás lavouras, motins contra os portos e a negação de realizar comércio com os Lusitanos.

Na Semana Santa de 1568, na Bahia, grupos indígenas se rebelaram em diversos engenhos ao mesmo tempo contra a escravidão com assassinatos de portugueses, além de saques e incêndios. Depois do ocorrido, os rebelados fugiram para o “Rio Real” – sua terra natal.

O Brasil é o país que mais traficou escravos entre os séculos 15 e 16, passando dos 5 milhões de pessoas. Também pode-se destacar a Grã-Bretanha, responsável por traficar 3,2 milhões de africanos, e a colônia espanhola no Uruguai, com cerca de 1 milhão de indivíduos escravizados.

Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios de hoje.