Por que a ciência é desvalorizada no Brasil?

Perguntado por: vmarinho . Última atualização: 3 de abril de 2023
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“A política de desmonte da ciência revela uma falta de vontade política e uma falta de visão em relação ao papel da ciência de gerar bem-estar e riquezas. Nenhum país soberano abre mão da educação, da ciência, da tecnologia e da inovação.

Os recursos da ciência são, em 2021, 29% inferiores a 2020, mas pior é que 48% do que deveriam estar disponíveis, estão contingenciados. Também neste ano, o complexo CNPQ/CAPES, financiará apenas 13% das bolsas de pós-graduação stricto sensu. Para os atuais ocupantes do poder, bolsistas não produzem ciência.

Apesar de todas as dificuldades, o País se mantém como o 13º maior produtor de conhecimento científico no mundo, com participação em 372 mil trabalhos publicados internacionalmente no período 2015-2020, segundo um relatório recente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social vinculada ao MCTI.

A desvalorização da ciência é particularmente nociva quando os recursos públicos para a pesquisa e desenvolvimento de ciência e tecnologia tornam-se cada vez mais escassos. Desde 2015, o orçamento disponível para a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) tem sofrido uma queda vertiginosa.

A crise da ciência moderna é uma crise de legitimidade e fundamentação. Isso porque as antigas relações que a ciência tinha com a verdade foram questionadas, pois já não há critérios que possibilitem um conhecimento ab- solutamente certo e seguro.

A falta de conhecimento das pessoas sobre os trabalhos científicos desenvolvidos, principalmente nas universidades, é um desses desafios, o que faz com que os impactos gerados por essas pesquisas não sejam de conhecimento da população.

Como resultados, entre as principais dificuldades destacam-se o pouco tempo disponível para a realização das atividades experimentais, a indisciplina dos alunos, a precariedade de materiais, a falta de espaço e também a falta de recursos humanos apropriados.

Vários indicadores confirmam a imagem positiva de que os cientistas gozam em nossa sociedade. Por exemplo, 44% dizem que uma das motivações do cientista é “contribuir para o avanço do conhecimento”; 39% que é também “solucionar problemas das pessoas”.

De acordo com o relatório mais recente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), publicado no início deste ano, em 2019 o Brasil investiu cerca de 89,5 bilhões de reais no setor de ciência e tecnologia. Valor que correspondeu a apenas 1,21% do PIB.

A ciência permite a humanidade compreender um pouco mais sobre a natureza, a ciência é importante na nossa vida pois nos ajuda a ter uma qualidade de vida melhor, pois através da ciência muitas doenças foram eliminadas. A ciência possibilita avanços na saúde, alimentação, energia e outros.

O contributo da ciência para a sociedade é inquestionável, na medida em que possibilita avanços nos campos da saúde, da alimentação, do ambiente, da tecnologia, da energia e muitos outros, melhorando a qualidade de vida das populações e enriquecendo as sociedades intelectual e culturalmente.

Atualmente, o Brasil está em 13º no ranking mundial de produção científica. Já o estado do Rio Grande do Sul é o 2º com mais doutores titulados e com mais artigos publicados, além de ser o 4º maior estado com alunos de pós-graduação atendidos com bolsas em 2019.

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

A desigualdade social no Brasil é claramente um problema histórico, e quando envolvemos ciência junto à problemática, aquilo que era para ser amenizado torna-se ainda mais grave. Afinal, a ciência, assim como a política, deveria ter como principal objetivo servir e elevar o povo a condições de igualdade.

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui.