Pode usar cocar?

Perguntado por: ataveira . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Para os indígenas da etnia Fulni-ô, do estado de Pernambuco, o cocar é a conexão do guerreiro com o grande espírito e deve ser utilizado somente pelos homens. Por ser considerado um cocar pessoal, pode ser dado como presente apenas para alguém querido.

Um cocar é o adorno usado por muitas etnias indígenas americanas na região da cabeça. Sua função variava de etnia pra etnia, podendo servir de adorno a símbolo de status ou classe na etnia. Geralmente, é confeccionado de penas presas a uma tira de couro ou de outro material.

O próprio cocar indígena Fulni-ô pode ser considerado um representante de apropriação cultural. Ele era feito originalmente de palha. As penas dos pássaros utilizadas hoje vêm das trocas de material com outros povos, como os do Alto Xingu, em feiras e eventos.

Uma "fantasia de ìndio", além de ridicularizar e inferiorizar as nossas culturas, apaga a própria ideia de diversidade que lutamos para ser reconhecida e não dá a mínima visibilidade para a nossa luta, muito menos para nossa existência.

O primeiro ponto relacionado à fantasia de índio, remete logo ao nome. Índio é um termo pejorativo e errado – dado pelos colonizadores quando invadiram o Brasil – que não traduz toda a nossa diversidade.

Fantasiar é um modo normal e saudável de se explorar a sexualidade e imaginar coisas que podem se tornar realidade. Algumas pessoas sentem culpa ao fazê-lo, enquanto outras se preocupam que não são criativas o suficiente para manter uma fantasia rica em detalhes.

Não mais. Assim como o lança-perfume, outrora fartamente consumido durante o reinado de Momo e atualmente proibido, também as fantasias de índio, rastafari, nega maluca, mulher, padre e outras vão acabar, se depender de campanhas lançadas pelo poder público neste carnaval.

Utilizar as penas, colares e pinturas dos povos originários — sem fazer parte da etnia indígena — em uma festa onde a brincadeira prevalece não é muito adequado. Estamos falando das características físicas e ornamentais de povos que devem ser respeitados.

Na aldeia kayapó, por exemplo, as cores das penas do cocar não são aleatórias: O verde representa as mata e florestas. O vermelho, simboliza a casa dos homens. O amarelo representa as casas e as roças, áreas dominadas por mulheres.

Mais que isso, o cocar é um símbolo sagrado, cujo uso é reservado a cerimônias que celebram ritos de passagem ou eventos que tenham profundo significado para determinados grupos.

A coceira na palma da mão pode ser um alerta de alergias e outros problemas de saúde. Se a coceira vier acompanhada de vermelhidão e ardência pode ser um sinal de eczema ou dermatite. Essa dermatite pode aparecer também por causa do uso de produtos de limpeza e cosméticos, medicamentos e assim por diante.

KANITAI KAYABI Precisamos de penas de aves como de Arara, Papagaio-rei, Congo, Garça etc. Além disso, usamos material específico como barbante e talinho de madeira e preparamos uma armação do tamanho do cocar. Com esse material é feito o cocar grande.

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  1. Adorno de penas ou de outro material usado na cabeça, no chapéu ou no capacete.
  2. Roseta de cores, geralmente usada como adorno em chapéus ou como enfeite de cavalos.
  3. Distintivo de partido, nação ou instituição.

É o elemento da natureza que permite aos índios a produção da arte. Junto com as penas e plumas, outros materiais são aplicados na confecção das peças da arte plumária, muitas usadas para o embelezamento do corpo e preservação de toda uma tradição.

Recentemente, uma universitária tornou o ditador genocida como tema da festa de aniversário dela. Quem mais tiver a falta de noção será enquadrado na Lei 7.716/89, que prevê como crime qualquer tipo de apologia ao nazismo.

"Usar cocar no carnaval não é desrespeito, é troca entre culturas". Essa é a opinião de Ysani Kalapalo, índigena da região do Alto Xingu, no Mato Grosso.

Hoje o estatuto prevê que, no caso de condenação de indígena por infração penal, a pena deverá ser atenuada e na sua aplicação o juiz considerará também o grau de integração do indígenas.

Esta palavra foi definida pelos colonizadores portugueses, que acreditavam terem chegado às Índias, e durante todos esses anos, o termo foi socialmente ligado a pessoas primitivas. Portanto, Não é Legal se referir a povos indígenas como índios.