Pode doar placenta?

Perguntado por: emello . Última atualização: 28 de abril de 2023
4.6 / 5 14 votos

A doação é voluntária e autorizada pela mãe do recém-nascido através da assinatura do termo de compromisso. Após o nascimento do bebê, o sangue do cordão umbilical e da placenta é coletado e armazenado no Centro de Processamento Celular (CPC) do Hemoce por tempo indeterminado.

1. Por que armazenar o sangue do cordão umbilical do bebê? Porque no cordão umbilical se encontra um grande número de células-tronco hematopoiéticas, fundamentais no transplante de medula óssea.

Para isso, é necessário que um tecido (como um cadarço limpo, por exemplo) seja utilizado. Com uma margem de segurança de no mínimo 6 cm da barriga do bebê e da vagina da mãe, deverá ser feito um nó. O cordão umbilical deverá ser cortado entre as ligaduras com uma tesoura limpa e se possível esterilizada.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, as placentas são descartadas como resíduo hospitalar e mais tarde incineradas.

O Ministério da Saúde, contudo, emitiu um comunicado salientando que a venda é proibida e que as placentas são propriedade das mães.

Já para as células do tecido do cordão, basta recolher o maior segmento do cordão umbilical que seria descartado e o colocar em um frasco especial. Todo esse material é transportado para o laboratório escolhido pela família. Lá, ele é processado para que as células-tronco sejam isoladas e finalmente congeladas.

Sobre custos e benefícios. Além das reduzidas chances de uso, outro ponto a ser levado em consideração é o valor do investimento. O preço para a coleta e o isolamento das células-tronco do sangue do cordão pode variar, mas fica em torno de R$ 3 mil, mais a taxa de armazenamento, por volta de R$ 600 ao ano.

Segundo o médico e sócio diretor do BCU-Brasil, Alexandre Maximiliano, a coleta do cordão umbilical no momento do parto custa em torno de R$ 3.500 e a manutenção do material sai por R$ 600 anuais em média, variando conforme a região do país.

Atualmente existem duas maneiras para não descartar o cordão da criança. No Brasil, ou os pais doam para o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário- BSCUP, que é público, criado pelo INCA em 2001, ou eles armazenam em bancos privados.

A placenta deverá ser congelada e armazenada nas primeiras horas. Assim que for retirada do corpo da mãe ela deve ir para a geladeira em até 8h e após isso ser congelada em no máximo 72h.

Este sangue é rico em ferro, que irá suprir o bebê durante os primeiros meses. O corte precoce do cordão aumenta o risco de o bebê ter anemia. Além disto, o clampeamento tardio do cordão, diminui o risco de hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante, sepse infantil e transfusão de sangue.

Expulsão da placenta
Depois que o bebê nasce, o médico ou a parteira palpam suavemente com a mão o abdômen da mãe para se assegurar de que o útero continua a ter contrações. Depois do parto, a placenta libera-se do útero, habitualmente dentro de três a 10 minutos e uma golfada de sangue vem em seguida.

Descarte - Placenta (1)
As placentas são consideradas como resíduo infectante, vão para o saco branco leitoso, depois fica armazenada em uma geladeira por 2 dias, quando é recolhida pela empresa que recolhe e incinera este resíduo infectante.

O que fazer depois do coto cair
Não é aconselhado colocar moeda ou outro objeto para evitar que o umbigo fique para fora, porque isso pode provocar infecção grave no bebê, principalmente porque as bactérias contidas nestes objetos podem se espalhar pelo coto umbilical do recém-nascido.

Placenta em cápsulas e em tinturas
Na empresa de Laura, um pote de cápsulas de placenta custa aproximadamente 200 dólares. No Brasil, estas técnicas ainda não são regulamentadas, porém podem ser encontradas realizadas de forma artesanal por parteiras, doulas ou casas de parto humanizado.

Ela pode ser ingerida em preparados, como se fosse uma refeição mesmo, ou em forma cápsulas, com a placenta em pó, ou ainda nas formas de óleo, tintura e creme. A prática, no entanto, divide opiniões de especialistas, já que não há estudos científicos que comprovem nem que faz mal ou que tenha benefícios.