Onde vive Ailton Krenak?

Perguntado por: aapolinario . Última atualização: 7 de maio de 2023
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Em dezembro de 2021, a Universidade de Brasília concedeu a Ailton Krenak o título de Professor Doutor Honoris Causa. Tem vários livros publicados. Sua obra está traduzida para mais de treze países. Atualmente vive na Reserva Indígena Krenak, no município de Resplendor, no estado de Minas Gerais.

Ailton Krenak, que pertence à tribo crenaque de Minas Gerais, é ambientalista, escritor e líder indígena reconhecido nacional e internacionalmente. Aos dezessete anos de idade, mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista.

Nele, Krenak fala sobre a luta pelo reconhecimento de terras indígenas em Minas Gerais, a política dos "brancos" para o Brasil, e ataques aos direitos dos índios. Foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas de 2003 a 2010.

Você pode ver que o nome que demos para o nosso rio é Watu. Ele é o nosso avô. E que tem o mesmo sentido em Uaimií…

Myrian, nascida no município de Xanxerê, no interior de Santa Catarina, viveu os primeiros anos de vida na Terra Indígena Rio das Cobras, maior aldeia em tamanho e população do estado do Paraná, e pertencente à etnia Guarani Mbyá, localizada à margem esquerda do Rio Guarani.

Mbeni Waré era estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A fotógrafa Mbeni Waré Costa Lacerda, filha do líder indígena Ailton Krenak e da indigenista Rosa Costa, morreu aos 38 anos no domingo (11), em Salvador.

Escreve Krenak: Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso – enquanto seu lobo não vem –, fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade.

Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma "humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô". Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno.

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Vivem hoje numa reserva de quatro mil hectares, nas margens do Rio Doce entre as cidades de Resplendor e Conselheiro Pena, em Minas Gerais. A comunidade indígena tinha no rio sua principal fonte de água para consumo humano e animal, pesca e, principalmente, seu elemento sagrado.

As moradias feitas de alvenaria contam com luz elétrica e são equipadas com televisão, geladeira, telefone celular e até computador, o que aproxima cada vez mais os krenaks da cultura dos moradores das grandes cidades.

kit 3 livros AILTON KRENAK Futuro ancestral.

Ailton Krenak é um opositor determinado que sempre atuou na defesa da sustentabilidade da natureza, em uma luta contra a exploração caótica das terras indígenas em todo o Brasil, que coloca em risco a pluralidade de culturas de comunidades tradicionais que sentem sua existência completamente atrelada à sobrevivência da ...

Nossa cultura dificulta a concepção de uma vida que não tenha o trabalho como razão primordial da existência. Acreditando na realização pessoal por meio da produção e do consumo, esgotamos a possibilidade de preservação da espécie humana no planeta.

Ailton Krenak defende que a estruturação da humanidade moderna basilada na ideia de dominação e exploração insustentável da natureza, tem colocado em risco a pluralidade de culturas de comunidades tradicionais que compreendem a sua existência atrelada a sobrevivência da natureza.

Conforme Krenak, a nossa visão de humanidade é falha, pois incluímos nela apenas os seres humanos ou, pior, apenas alguns deles, pois dentro da nossa concepção de humanidade há os humanos e os sub-humanos, e na pandemia do novo coronavírus fica claro quem pertence a qual grupo.

Segundo a lei de 1570, "guerras justas" eram aquelas autorizadas pela Coroa ou pelos governadores ou as travadas em legítima defesa contra os ataques indígenas. A lei de 11 de novembro de 1595 estabelecia que as "guerras justas" somente seriam feitas por ordem do rei.

Na frase do filósofo indígena Aílton Krenak, é afirmado que a ideia de território brasileiro foi manipulada e baseada em violências e apagamento dos povos indígenas.

Em 2020 ganhou o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, oferecido pela União Brasileira de Escritores. Publicou livros como “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019), “A Vida Não é Útil” (2020) e “O amanhã não está à venda” (2020), e é autor de uma das cartas do livro “Cartas para o Bem Viver” (2021).

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