Onde vive a bactéria da hanseníase?

Perguntado por: anascimento . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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A principal causa da hanseníase é a bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. É um parasita que atinge, principalmente, os tecidos epiteliais e nervosos. A infecção ocorre por meio de vias respiratórias ou secreções, até se instalar nos nervos periféricos e no tecido epitelial do doente.

O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. O contágio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada, que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis.

Porém, o que muitos não sabem é que no Brasil todos os anos centenas de pessoas contraem doenças pelo consumo ou simples contato com animais silvestres. Um desses bichos é o tatu, um forte disseminador da bactéria que causa o Mal de Hansen, popularmente conhecido como lepra.

A hanseníase é uma das enfermidades mais antigas do mundo. No século 6 a.C. já havia relatos da doença. Supõe-se que a enfermidade surgiu no Oriente e, de lá, tenha atingido outras partes do mundo por tribos nômades ou navegadores.

Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.

O Brasil é o segundo país no mundo em número de casos de hanseníase, com 28.660 casos, atrás apenas da Índia (120.334 casos), de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2019.

Quais são os tipos de hanseníase?

  • Hanseníase indeterminada (Paucibacilar) É o estágio inicial da doença e conta com até cinco manchas de contornos mal definidos. ...
  • Hanseníase tuberculoide (Paucibacilar) ...
  • Hanseníase borderline (Multibacilar) ...
  • Hanseníase virchowiana (Multibacilar)

As manchas de hanseníase normalmente são os primeiros sinais para o início da doença. Estas manchas iniciais são hipocrômicas (mais claras que o tom da pele), com diminuição de sensibilidade dolorosa, tático e térmica. O local que elas mais aparecem são braços, pernas e costas, mas podem aparecer em todo o corpo.

Diagnóstico Laboratorial
Exame baciloscópico - A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões.

O teste colhe uma pequena amostra de sangue do paciente, tirada com uma perfuração no dedo. É aplicada uma solução que vai identificar o anticorpo produzido pelo corpo contra a doença. Em casos suspeitos, uma linha vermelha ficará visível no teste.

De acordo com o coordenador a manifestação da doença não depende somente da infecção pelo bacilo Mycobacterium leprae, mas de outros fatores como o nutricional, o status socioeconômico e principalmente o fator genético do hospedeiro também influenciam.

Sinais e sintomas
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (frio e calor), tátil (ao tato) e à dor.

A partir deste ano, as Unidades Básicas de Saúde vão oferecer testes rápidos de diagnóstico da hanseníase. O Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar esse tipo de diagnóstico em nível assistencial, de forma universal e no sistema público de saúde.

As regiões Norte e Nordeste do país concentram a maior parte delas, no entanto, algumas estão presentes em todos os estados brasileiros, como é o caso das leishmanioses e da hanseníase. Em 2021, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), cerca de 20 DTNs foram registradas.

“Uma das principais sequelas da hanseníase é a perda parcial ou total e irreversível da sensibilidade em mãos e pés. Isso é um perigo para a qualidade de vida do paciente.

Uma vez curado, existe a possibilidade da doença se manifestar novamente no paciente, o que chamamos de 'recidiva', que pode também levar de 5 a 10 anos em média para acontecer”, afirma.