Onde se passa a história de Macunaíma?

Perguntado por: obittencourt . Última atualização: 29 de maio de 2023
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Floresta Amazônica

A narrativa possui tempo cronológico e está situada no início do século XX. A ação da obra se passa, principalmente, na Floresta Amazônica e em São Paulo. A história está centrada na busca de Macunaíma por um amuleto perdido. A principal característica do livro é a diversidade cultural brasileira.

Macunaíma é uma das obras mais importantes do modernismo brasileiro, ela representa o movimento e condensa muitas das ideias consideradas centrais pelos vanguardistas! Publicada em 1928, o livro foi escrito por Mário de Andrade, um dos principais artistas na organização da Semana de Arte Moderna de 1922.

Macunaíma, índio tapanhuma, era o filho mais novo de uma família (a mãe e os irmãos Maanape e Jiguê) que vivia nas margens do rio Uraricoera, na Amazônia.

As aventuras do “herói de nossa gente” podem ser por vezes engraçadas, mas a moral da história é amarga. Aliás, achar graça na malandragem também é um vício brasileiro. Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter”.

Perseguidos pelo Minhocão Oibê, Macunaíma o transforma num cachorro-do-mato e segue viagem. Chegando ao Uraricoera, o herói se entristece ao ver a maloca da tribo destruída. Uma sombra leprosa devora os irmãos, e Macunaíma fica só.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

O novo filme de Miguel Antunes Filho, “Filhos de Macunaíma”, é uma provocação política que se permite existir pela configuração daqueles corpos antes a reestruturação do governo. Seu título surge em meio a oposição estatal à cultura e o nacionalismo tóxico crescente.

Apaixona-se por Ci, a Mãe do Mato, e com ela tem um filho que morre ainda bebê. O filho morre, Ci sobe para o céu com um desgosto e vira uma estrela. Macunaíma fica triste por perder a amada, mas ela deixa uma recordação: um amuleto chamado muiraquitã.

Lembram-se do que Macunaíma fez no final para se tornar o herói ideal, representante do povo brasileiro? Ele tomou um banho! Isso mesmo, um banho, ele se lavou. O ato que universalmente significa purificação e limpeza foi o que Macunaíma fez para tornar-se branco no capítulo V do livro.

Mas não é só isso que faz a grandeza dessa obra-prima, o romance rapsódia Macunaíma - O herói sem nenhum caráter, que o modernista Mário de Andrade (1893-1945) publicou em 1928, há 90 anos.

E Macunaíma, o protagonista, caracteriza-se como um herói sincrético, inclusive, no próprio quesito religião já que não está intimamente vinculado a nenhuma delas, utilizando-se de símbolos e elementos sagrados de variadas crenças e participando também de rituais diversos.

Com uma narrativa que trata o tempo e o espaço de maneira arbitrária, Macunaíma mescla mitos, narrativas orais e tradições, numa projeção mais crítica da relação entre Literatura, História e Sociedade, algo já esboçado na busca pelo nacionalismo no século XIX.

O anti-herói Macunaíma é o retrato do próprio povo brasileiro. O herói preguiçoso, mulherengo, cheio de astúcia porém frágil. Incorpora o famigerado jeitinho brasileiro do qual muitos se vangloriam e tantos, entre os quais me incluo, se envergonham.

Paulo José

O filme é estrelado por Paulo José, que interpreta dois papéis no filme, Macunaíma branco e a mãe do personagem principal. Grande Otelo também vive o herói brasileiro em uma interpretação inesquecível.

Retrato do povo brasileiro
Há inúmeras referências ao folclore brasileiro. A narrativa se aproxima da oralidade – no capítulo “Cartas pras Icamiabas”, Macunaíma ironiza o povo de São Paulo, que fala em uma língua e escreve em outra. Além disso, não existe verossimilhança realista.

O foco narrativo perceptível é de terceira pessoa, com um narrador-observador das peripécias de Macunaíma.

b) Macunaíma hesita em entrar na água pois ela estava fria, e ele tinha medo do frio. Não, pois normalmente as figuras heróicas não tem medo de nada, e já Macunaíma tem medo de uma coisa simples, que é o frio.

Cabe sobretudo a Macunaíma, por ter o poder de alterar a si, ao outros seres e ao ambiente, a fundação da (nova) identidade nacional fixada pelo livro homônimo. Já as metamorfoses presentes no processo narrativo abordam outras mudanças, como as da voz narrativa, que afastam o texto da tradição literária brasileira.

Porém, Macunaíma acabou sendo mutilado. Apesar de ter aberto o abdômen do monstro e recuperado algumas partes do corpo, não conseguiu pegar a Muiraquitã e nem a sua perna. O herói acaba indo para o céu e se torna a constelação da Ursa Maior. E assim encerramos o resumo do livro Macunaíma.

O filme termina quando Macunaíma entra no rio atrás da mulher e segundos depois aparece apenas sua jaqueta boiando, rodeada de sangue. Como havia dito mais acima, é importante para a compreensão, situarmos o filme em seu contexto histórico.

Macunaíma: o Brasil como Pindorama.