Onde fica o membro fantasma?

Perguntado por: etrindade . Última atualização: 3 de fevereiro de 2023
4.9 / 5 2 votos

Avanços nas pesquisas científicas sugeriram que a síndrome do membro fantasma está ligada às áreas do córtex pós-central, que “por sua vez determinam mapas somatossensoriais, com ênfase ao mapa do giro pós-central. Deste modo, cada indivíduo possui uma imagem que o representa, sendo esta denominada “imagem corporal”.

O aspecto fantasma não é a dor, que é real, mas o local da dor, um membro que foi amputado. A dor fantasma geralmente começa dentro de dias após a amputação, mas pode levar meses ou anos para aparecer. A dor fantasma pode ser em formigamento, aguda, pungente, latejante, em queimação, intensa, em beliscão ou em aperto.

Pessoas que perderam algum membro de seu corpo sentem o membro fantasma. Trata-se de sensações de dor no local onde o membro perdido se encontrava. Tais sensações ocorrem porque o cérebro detecta estímulos sensoriais por meio de seus neurônios distribuídos por todo o organismo.

O tratamento pode ser realizado com o objetivo da perda da dor. A dessensibilização, o enfaixamento do coto, a massagem proprioceptiva pode ser muito eficaz. Diagnósticos de enfermagem podem contribuir para o cuidado mais efetivo.

De qualquer maneira, utilizamos alguns analgésicos e outros medicamentos para aliviar o desconforto. Mas reforçamos as medidas alternativas, como enfaixar o membro residual, fazer estimulação eletromagnética, usar algo para aquecer a região, massagens, acupuntura, usar prótese, fazer a terapia do espelho

Ramachandran, para diminuir os efeitos do membro fantasma, consiste em colocar um espelho ao lado membro que não foi amputado. O objetivo é de enganar o cérebro, para criar a impressão de que os membros estão la, diminuindo assim a dor fantasma.

A técnica consiste em trabalhar com ilusão: é ocultado o membro amputado e no espelho é vista a imagem do membro oposto existente, o que produz, no paciente, a sensação de possuir os dois membros saudáveis.

A fisiopatologia da sensação dolorosa do membro fantasma, ou da dor fantasma, é caracterizada pela reorganização do mapeamento das estruturas representadas no córtex cerebral, um processo de plasticidade sensitiva e motora.

Em casos de braços ou mãos extirpados, o limite é de seis horas, segundo os médicos. Já quando se perde um dedo ou parte dele, por exemplo, o limite aumenta para até 20 horas.

Em média entre 45 a 60 dias após a amputação, pode se iniciar a protetização, isso se o paciente não tiver tido nenhum outro trauma no corpo. Algumas pessoas podem levar um pouco mais de tempo, em torno de 3 meses.

A amputação de um membro corporal causa impactos na vida da pessoa envolvendo mudanças afetivas (tristeza, sensação do membro-fantasma e luto).

Em 1871, durante a Guerra Civil Americana, surgiu o termo "dor do membro fantasma", criado pelo neurologista Weir Mitchel. A abordagem diagnóstica e terapêutica deste sintoma tem sido um desafio para os clínicos e um campo privilegiado de investigação.

A dor de dente fantasma é uma dor percebida como se o dente não tivesse removido cirurgicamente ou por trauma. O paciente ainda sente a existência do dente por alterações no cérebro na área correspondente ao membro perdido ou por fatores psicológicos.

A aguda, que dura segundos, dias ou semanas, ocorre como um sinal de alerta após cirurgias, traumatismo, inflamação ou infecção. Já a dor crônica ou persistente pode durar meses ou anos. Este tipo de dor, associado ao do membro fantasma é provocado pela lesão causada no nervo.

A fisioterapia têm sido uma ferramenta para tratamento da dor fantasma, desempenhando um papel fundamental na reeducação funcional, acompanhando o paciente em todos os estágios da reabilitação, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente amputado.