O que uma pessoa que faz hemodiálise não pode fazer?

Perguntado por: lsalgado . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Quem faz hemodiálise precisa evitar alguns alimentos mais pesados e gordurosos, assim como aqueles com alto teor de potássio e os industrializados, que possuem conservantes e são grandes fontes de fósforo, facilmente absorvido no intestino.

Pelos meus 30 anos de experiência médica, afirmo que o paciente vive muito bem nos primeiros 5 anos de diálise. A sobrevida média, segundo a literatura, é de 10 anos, mas sabemos que isso depende de muitos fatores, como serviço, atendimento, horas de diálise, etc.

O paciente em hemodiálise poderá conduzir sua vida normalmente, mas isso irá depender do estado clínico de cada um. A pessoa que apresenta boas condições pode trabalhar e ter uma vida social normal, desde que considere e cumpre com as recomendações médicas e horário das sessões do tratamento.

As complicações mais frequentes das sessões de hemodiálise são as caimbras e a hipotensão. Em geral relacionam-se com a remoção de volume (peso) por ultrafiltração. A hipotensão é menos frequente em DPCA porque a ultrafiltração é mais suave, ao longo de 24 horas.

Além de diminuir a progressão da doença, a pratica de exercícios melhora o processo inflamatório dos rins. Praticar exercício de força, como a musculação, diminui o avanço da doença renal crônica.

O paciente pode sentir dor leve no momento da punção da fístula com as agulhas. Quanto aos efeitos colaterais, no geral, os pacientes são sentem nada, mas pode ocorrer queda da pressão arterial, câimbras ou dor de cabeça.

Quem faz hemodiálise precisa do tratamento para retirar o excesso de água do organismo. Entre uma sessão e outra, ela poderá se acumular no corpo causando diversos problemas. Por isso é importante controlar a quantidade de líquidos ingeridos.

QUANTO TEMPO DURA A HEMODIÁLISE? O tempo varia de acordo com o estado clínico do paciente. Em geral, é de quatro horas, três ou quatro vezes por semana. Dependendo da situação clínica do paciente, o tempo varia de 3 a 5 horas por sessão e pode ser feita 2, 3, 4 vezes por semana ou até mesmo diariamente.

Fontes alimentares com potássio, fósforo, magnésio e cálcio, por exemplo, podem ser importantes para a alimentação de quem faz hemodiálise. Como sugestão de alimentos, pode-se citar os cereais, legumes e verduras para contribuir com a ingestão desses nutrientes.

Para alguns pacientes o transplante renal combinado com medicamentos e uma dieta saudável podem restaurar a função renal normal. Diálise e transplante renal são conhecidos como terapias de substituição renal (TRS) porque tentam “substituir” o funcionamento normal dos rins.

Não existe uma contraindicação absoluta da cerveja sem álcool ao paciente renal. A única observação necessária a ser feita é que em algumas indústrias fabricantes de cervejas, é utilizado uma quantidade mínima de álcool, não sendo 0% de fato (geralmente variando entre 0,5 e 0,8%).

Uma curiosidade: enquanto na hemodiálise o filtro está na máquina, na diálise peritoneal ele é o peritônio, uma membrana que reveste os órgãos abdominais.

No caso dos pacientes que realizam diálise peritoneal ou hemodiálise, há limitação de determinados tipos de atividades como ir à piscina ou entrar no mar, para evitar infecções por causa do uso do cateter. Já os transplantados devem evitar a prática de esportes de contato como o futebol.

As complicações mais comuns durante a hemodiálise são, em ordem decrescente de frequência, hipotensão (20%-30% das diálises), cãibras (5%-20%), náuseas e vômitos (5%-15%), cefaleia (5%), dor torácica (2%-5%), dor lombar (2%-5%), prurido (5%), febre e calafrios (< 1%).