O que significa os dois pontos no U?

Perguntado por: lsiqueira . Última atualização: 17 de maio de 2023
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O trema, sinal gráfico de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada, será abolido. É simples assim: ele deixa de existir na língua portuguesa. Vale lembrar, porém, que a pronúncia continua a mesma.

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. Vejamos uma questão: De acordo com o novo acordo ortográfico, palavras como “freqüente” permanecem com o trema, retirá-lo acarretaria erro na pronúncia.

Você sabia que o trema também é usada em idiomas como o francês, espanhol, alemão, dinamarquês, catalão, galês, holandês, occitano, galego, luxemburguês e até mesmo no inglês?

No Brasil, foi abolido em termos como saudade desde 1971, persistindo nos digramas gu e qu quando o u se pronuncia.

O acento circunflexo foi retirado de palavras terminadas em “êem”, como nas formas verbais leem, creem, veem e em substantivos como enjoo e voo. Já o acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos “ei” e “oi” (antes "éi" e "ói”) nas palavras paroxítonas, dando nova grafia a palavras como colmeia e jiboia.

O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado internacional que busca unificar a ortografia do idioma. Ele é válido entre os países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Dentre as mudanças que o novo acordo ortográfico trouxe, está a eliminação dos acentos agudos quando encontramos o “i” e “u” tônicos (vogais mais pronunciadas) depois de um ditongo decrescente (primeira vogal mais forte que a segunda). É o que acontece em: feiura, Bocaiuva, averigue, oblique.

Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, no Brasil era também usado o "ü" em contextos do tipo -gu- e -qu- (agüentar, lingüista, seqüência) para indicar que a letra "u" deveria ser pronunciada. Tal regra, definida pelo Formulário Ortográfico de 1943, era exclusiva do português brasileiro.

– ü (corresponde à pronúncia do som da vogal fechada u + a vogal i = u'i).

Essa nova regra justificou-se no fato de que há ditongos na língua que não precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como em: língua e quente.

Só não esqueça que a reforma é só ortográfica, ou seja, a pronúncia das palavras continua a mesma: a palavra LINGUIÇA perdeu o trema na escrita, mas a pronúncia continua /lingüiça/ como sempre foi. Como era? Usávamos o trema na letra “u” (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I.

A respeito dos ditongos, Ä é pronunciado como um E, p.

O documento foi firmado pela Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira de Letras e representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Com isso, as palavras que levam o trema ficam assim: aguentar, ambiguidade, bilíngue, cinquenta, consequência, delinquente, equino, frequência, linguiça, linguística, pinguim, sequestro, tranquilo, etc. A única exceção do uso do trema será para os nomes próprios estrangeiros e seus derivados, como Hübner, Müller, etc.