O que significa flor de Aruanda?

Perguntado por: arocha5 . Última atualização: 17 de maio de 2023
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Aruanda é um conceito presente nas religiões afro-brasileiras, sobretudo na Umbanda, bem como no Espiritismo brasileiro. Descreve um local no mundo espiritual, que varia muito de acordo com a corrente religiosa, mas que de modo geral poderia ser equiparado a uma espécie de paraíso espiritual.

Os habitantes de Aruanda
A grande maioria desses seres de luz são os famosos Pretos Velhos, Caboclos e outros Guias da Umbanda. Nessa parte do plano espiritual, também é possível encontrar animais.

No plano espiritual, cuidam das crianças que desencarnaram antes de seus pais, e dos animais domésticos. Os Pretos-Velhos podem ser agrupados naqueles de Angola, Luanda, Guiné, Congo ou Aruanda. Não se trata de segmentação geográfica, mas fundamentos nos campos de atuação.

Quem são os Pretos-Velhos? Espíritos dos negros escravizados que resistiram ao cativeiro, os Pretos-Velhos guardam muita maturidade e sabedoria das mais elevadas esferas de luz. Apresentam-se geralmente curvados, com passos lentos e curtos, como pessoas idosas.

A Aruanda vive em constante movimento dentro desse método, que nós chamamos de método de convívio dentro e fora da ritualística do terreiro em si. É dado aos integrantes de Aruanda uma liberdade a máxima possível.

Preto velho ou Pretos-velhos são uma linha de trabalho de entidades de umbanda. São espíritos que se apresentam sob o arquétipo de idosos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro.

O Orixá da Criação é Obatalá, o céu, que casando-se com Odudua, a terra, tem dois filhos, Aganju (a terra) e lemanjá (a água).

Aruanda é um livro sobre o trabalho dos pretos-velhos, mas também aborda um pouco o trabalho dos caboclos, exus e elementais. Apesar disso, não é um livro umbandista. O livro foi psicografado por um médium espírita e escrito por um espírito que se alinha mais ao espiritismo também.

Os guardiões são espíritos que se organizam em comandos hierárquicos e zelam pela ordem e pela justiça em todos os âmbitos da vida. Podemos entendê-los como as forças de segurança do mundo extrafísico, com uma estrutura que abrange desde os soldados mais rasos até os oficiais mais graduados.

Os pretos velhos ligados a Orixá Nanã Buruque são mais raros e demonstram ter a idade mais avançada. São especialistas em conselhos sobre moral e karma. Atuam também ao lado de Iansã – Oyá e Orixá Obaluaiê, conduzindo eguns (espíritos desencarnados).

Segundo Leal de Souza, que vivia a Umbanda em sua origem, as Sete Linhas da Umbanda eram:

  • OXALÁ;
  • OGUM;
  • OXOSSI;
  • XANGÔ;
  • IANSÃ;
  • IEMANJÁ;
  • AS ALMAS.

Umbanda é uma palavra do dialeto quimbundo e significa “curandeirismo ou arte da cura”. Como religião, foi criada no Brasil em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes. Ele passou a incorporar um espírito chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas, que começou a dar instruções de cura, o que deu início à prática da umbanda.

Sarava! A saudação dos Pretos Velhos, quer dizer: salve sua força. Um equivalente ao Namastê – o deus que está em mim saúda o deus que vive em você.

É ele, o preto-velho, um dos responsáveis por manter viva uma memória da escravidão (com seus sofrimentos, sua resistência e sua superação) e, concomitantemente, por auxiliar no sobrepujamento das dores daqueles que o procuram.

Acenda a vela branca e ofereça para os Pretos Velhos.

Universo Simbólico dos Pretos-Velhos
Segundo o pesquisador, a influência católica é tão presente sobre os pretos-velhos, que eles, muitas vezes, se revelam como uma espécie de metáfora afro-brasileira do próprio Jesus Cristo, bastião do catolicismo.

Para os povos de terreiro, não existe céu nem inferno.

O cemitério também é morada de Exus, Pombas-giras e pretos velhos, entidades cultuadas pela Umbanda. As variações de ritos que formaram esta religião brasileira são percebidas também nos locais de atuação de seu panteão de espíritos.

O que é Aruanda:
Topônimo através do qual os negros africanos designavam o porto de Angola e que depois, na mitologia afro-brasileira, passou a designar um lugar utópico:a África,a pátria distante,o paraíso da liberdade perdida.

Para incorporar é preciso passar primeiro por um processo de aprendizagem, onde os(as) médiuns aprendem a sentir a energia dos guias e se conectar a eles durante as chamadas “giras de desenvolvimento”, que são restritas às pessoas que trabalham no terreiro.