O que Paulo Freire fala sobre o lúdico?

Perguntado por: amaia . Última atualização: 20 de janeiro de 2023
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Não possibilitar, à criança, o direito de brincar pode acarretar em uma série de perturbações, impossibilitando inclusive novos conhecimentos e dificuldades de socialização com o outro. Pelo contrário, quando possibilitamos uma educação lúdica, estamos favorecendo o desenvolvimento de sua identidade e autonomia.

Mencionamo-nos renomados autores como Vygotsky (1992), Winnicott (1975), Huizinga (1990), Marcelino (1990), Friedman (1992), Rego (2001), entre outros que de tal modo abordam a importância do lúdico no desenvolvimento infantil na Educação Infantil.

Para VIGOTSKI (2007), o brinquedo tem um papel fundamental para o desenvolvimento da criança, pois com ele, as crianças colocam em prática a sua imaginação, aprendem a respeitar regras e tem a capacidade até mesmo de elaborar uma. Na vida os desejos não são satisfeitos imediatamente.

O lúdico como um recurso didático, está além de ser apenas jogos e brincadeiras, de propor divertimento, suas características são bem mais acentuadas como: desenvolver habilidades motoras e intelectuais, fixar conteúdos de forma prazerosa e envolvente, permitindo assim ao educando construir sua aprendizagem.

Qual é objetivo da atividade lúdica? O lúdico contribui no desenvolvimento da criança e auxilia na aprendizagem, no desenvolvimento social, cultural e pessoal, assim proporciona a socialização e a aquisição do conhecimento. A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer e diversão.

Piaget (1978) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.

Há evidências que revelam que o lúdico é utilizado desde a antiguidade por alguns povos como fenícios e os egípcios. Através de escritas e criptogramas deixados pelos egípcios podemos conhecer alguns de seus jogos, mostrando também que alguns jogos retratavam aspectos culturais de alguns povos.

Entendendo o brincar não como uma ação neutra mais como uma ação que educa para a vida, os filósofos e educadores Platão e Aristóteles reconheciam o valor do lúdico na educação das crianças. Aristóteles ressaltava que educar para a vida era educar para viver bem.

Para Piaget o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Quando a criança joga ela assimila o mundo exterior, incorporando os objetos que a cercam ao seu eu e é assim que constrói o conhecimento.

Kishimoto (2010) afirma que a atividade lúdica ocupou um lugar no espaço educacional infantil, e que o lúdico proporciona o desenvolvimento da aprendizagem, sendo assim, há a necessidade da orientação do educador para tais processos de ampliação da aprendizagem educacional.

Piaget (1978) acredita que os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas sim meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino-aprendizagem e no processo de socialização das crianças.

De forma simples e prática, a educação lúdica pode ser resumida como um método inclusivo e interativo, que permite que as crianças aprendam entrando em contato com os objetos de ensino. Para isso, podem ser utilizados jogos, brincadeiras e outras atividades que incentivem a participação dos estudantes.

O lúdico é um recurso pedagógico importante frente às dificuldades de aprendizagem, pois a criança pode ser trabalhada na individualidade ou em grupos com o objetivo de corrigir e solucionar o que é de real dificuldade em seu processo de aquisição da leitura e escrita.

Significado de Lúdico
adjetivo Feito através de jogos, brincadeiras, atividades criativas. Que faz referência a jogos ou brinquedos: brincadeiras lúdicas. Que tem o divertimento acima de qualquer outro propósito; divertido.

Por meio de uma aula lúdica, o aluno é estimulado a desenvolver sua criatividade e não a produtividade, sendo sujeito do processo pedagógico. Por meio da brincadeira o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista.

O lúdico em sala de aula é ingrediente importante para a socialização, observação de comportamentos e valores. (2010, p. 1). Nesse sentido, a ludicidade funciona como um interventor e facilitador da aprendizagem no espaço escolar.

O professor de Educação Infantil deve conduzir um trabalho voltado para o brincar, visando atender todas as necessidades dessa faixa etária, tendo em vista que as brincadeiras propiciam a fantasia e a criatividade da criança, possibilitando também que estas adquiram o domínio da linguagem simbólica.

Nos relatos sobre a brincadeira infantil Vygotsky (1991) afirma que esta é uma situação imaginária criada pela criança e onde ela pode, no mundo da fantasia, satisfazer desejos até então impossíveis para a sua realidade. Portanto, o brincar “é imaginação em ação” (FRIEDMANN, 1996).

Lev Semenovitch Vygotsky enfatizava o papel da linguagem e do processo histórico social no desenvolvimento do indivíduo. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

O autor pontua que os colégios de jesuítas foram uns dos primeiros a perceber a importância do lúdico na educação infantil, após a idade média e incorporaram à sua rotina, em contraponto com os séculos passados, na idade média, onde qualquer desvio de comportamento era imediatamente punido com castigos físicos.

O jogo na concepção de Wallon
Esta realiza a integração de duas funções principais: a afetividade e a inteligência. No início do desenvolvimento a criança não vê suas interações separadas do parceiro, porém com o tempo a criança vai perdendo esse papel e individualizando.