O que os sofistas ensinavam?

Perguntado por: haraujo . Última atualização: 23 de maio de 2023
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Os sofistas eram conhecidos na Grécia como sendo tutores ou professores itinerantes, pois percorriam as cidades-estados levando conhecimento e ensinando a arte da retórica e argumentação aos indivíduos que desejassem pagar pelo conhecimento.

Características dos sofistas
O grupo de pensadores identificado como sofistas caracterizou-se principalmente pela ausência de uma doutrina em comum e pelo ensino voltado a um fim instrumental. Eram vistos como habilidosos oradores pelas pessoas, reconhecendo-se a importância das palavras e do uso da lógica.

A sofística constituiu um fenômeno com um alto significado na história da educação, pois foi com os sofistas que a paidéia ganhou um sentido e um significado mais profundo, isto é, a educação passou a ser tratada de forma mais consciente e racional.

A Sofística defendia o relativismo prático, destruidor da moral antiga da Polis, alicerçada no sentimento de honra e no valor de quem luta pela defesa da Cidade-estado. Os Sofistas eram chegados, em teoria do conhecimento, ao empirismo, e, do ângulo ético, se inclinavam pelo hedonismo e o utilitarismo.

Os sofistas correspondem aos filósofos que pertenceram à “Escola Sofística” (IV e V a.C). Composta por um grupo de sábios e eruditos itinerantes, eles dominavam técnicas de retórica e discurso, e estavam interessados em divulgar seus conhecimentos em troca do pagamento de taxa pelos estudantes ou aprendizes.

Os argumentos levantados permitiram concluir que os sofistas nos proporcionaram um grande legado à educação, de maneira a considerar o vasto universo político, cultural e as necessidades enfrentadas socialmente para a construção de uma pedagogia cada vez mais plural e significativa.

Diferentemente dos sofistas que costumavam nutrir a arrogância de saber tudo sobre todas as coisas, Sócrates confessava só saber uma única coisa: que nada sabia. Pode-se pensar que tal confissão era uma nítida evidência de falsa modéstia, porém não se tratava disto.

Sofismo ou sofisma significa um pensamento ou retórica que procura induzir ao erro, apresentada com aparente lógica e sentido, mas com fundamentos contraditórios e com a intenção de enganar. Em um sentido popular, um sofisma pode ser interpretado como uma mentira ou um ato de má fé.

Sócrates criticou os sofistas também por sua pretensão de saber ilimitado — um saber não-fundamentado que, em realidade, corrompia a alma dos jovens. Isso acontece porque o discurso dos sofistas era independente do pensamento.

os sofistas entendem que a linguagem representa a realidade e os pré-socráticos buscam as regras da linguagem.

Diferentemente de filósofos como Sócrates, que buscavam a verdade absoluta e o conhecimento universal, os sofistas adotavam uma postura relativista em relação à verdade e ao conhecimento. Eles argumentavam que as crenças e opiniões sofriam influência dos contextos social, cultural e pessoal do indivíduo.

Os sofistas apareceram oportunamente, uma vez que possuíam uma concepção de educação que abrangia tudo que dizia respeito ao homem e a sua existência, ou seja, compreendiam que a formação do cidadão tinha de ser plena.

Os sofistas, hábeis conferencistas, sabiam ensinar a arte de bem-falar e, portanto, ganhavam a vida difundindo o saber. Os jovens atenienses precisavam e deviam ser educados e instruídos na retórica, na oratória, nas questões jurídicas, assim como nas questões privadas.

A contribuição dos sofistas para a democracia grega
Por meio do ensino da areté política, os sofistas possibilitaram aos demais cidadãos que participassem ativamente dos assuntos relacionados à pólis e ocupassem cargos de destaque, antes restritos à classe aristocrática.

Nele, o sofista é apresentado como o falso filósofo, que professa o falso saber, e que, por isso, se encontra no âmbito do não-ser, em contraposição ao filósofo, que se encontra no âmbito do ser.