O que os psiquiatras falam sobre ayahuasca?

Perguntado por: aguimaraes . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Especialistas ouvidos pelo site de VEJA explicam que a substância é alucinógena e, como qualquer outra droga com esse efeito, pode causar distúrbios psiquiátricos permanentes e até matar.

Publicada em junho, no periódico Psychological Medicine, a pesquisa mostra que o chá de ayahuasca — feito há milênios por culturas indígenas da Amazônia com a mistura do cipó jagube e das folhas da chacrona — tem um efeito antidepressivo rápido em pacientes com depressão que não respondem a tratamentos convencionais.

"A atenção deve ser redobrada se a pessoa é portadora de esquizofrenia ou transtorno bipolar, pelo risco potencial de agudização do quadro”, completa Hallak. A ayahuasca também não deve ser consumida por quem usa antidepressivos.

Ayahuasca não tem contraindicações indicadas pelo conselho de medicina. Entretanto, é necessário que se tenha alguns cuidados observando o cenário das suas condições físicas – especialmente no momento de tomar o chá.

A ayahuasca é uma infusão vegetal psicoativa da Amazônia. Tipicamente, provoca poderosas visões, assim como alucinações em todas as demais modalidades de percepção. Essas experiências geralmente se associam a insights pessoais, ideações intelectivas, reações afetivas e experiências espirituais e místicas profundas.

Estudo do IP aponta que Umbanda e Santo Daime influenciam saúde mental e física. Segundo pesquisa, a religião e uso de Ayahuasca podem combater dependências químicas e males físicos e mentais.

Juntamente com os efeitos, a ayahuasca aumenta os níveis de serotonina no estômago e no cérebro. “O gosto desagradável da fermentação da ayahuasca também explica as náuseas, principalmente logo após sua ingestão”, Tófoli afirma.

As origens do uso da Ayahuasca na bacia Amazônica remontam à Pré-história. Não é possível afirmar quando tal prática teve origem, no entanto, há evidências arqueológicas através de potes, desenhos que levam a crer que o uso de plantas alucinógenas ocorra desde 2.000 a.C.

A ayahuasca é contraindicada em casos de psicose, esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtorno bipolar, pessoas com níveis altos de ansiedade ou que tenham outros transtornos psicológicos intensos. Grávidas e lactantes também não devem consumir ayahuasca sem que o médico prescreva esse consumo.

Não havia tristeza ou dor, porém. Era um choro que vinha me “limpando” e, de certa forma, era até feliz. A sensação de estar chorando era agradável e parecia me conectar não só com as outras pessoas da roda, como com toda a humanidade. Era uma sensação bonita.

A substância presente no chá de ayahuasca produz sensações semelhantes às que são sentidas por pessoas que passam por Experiências de Quase-Morte (EQM), aponta uma nova pesquisa. Isso ocorre por causa da dimetiltriptamina, popularmente conhecida como DMT, princípio ativo da bebida.

A partir dos estudos analisados, observou-se que as interações com o chá da ayahuasca são mal compreendidas, mas se sabe que o consumo do chá deve ser evitado em associação com medicamentos com potencial serotoninérgico.

Abdicar de substâncias como cafeína, álcool e açúcar pode reduzir seus níveis de serotonina, o que por sua vez levaria a um aumento maior deste neurotransmissor ao ingerir ayahuasca, proporcionando assim uma experiência de maior intensidade, disse Keatley.

Por isso, a primeira recomendação do médico Dartiu Xavier é não associar o uso de ayahuasca com remédios que aumentem os níveis de serotonina, como alguns antidepressivos (a fluoxetina, por exemplo).

De acordo com o pesquisador, os efeitos da Ayahuasca duram cerca de quatro horas e o chá indígena não causa dependência.

A ayahuasca, que também pode ser chamada de “Santo Daime” ou “vegetal”, contém uma substância chamada de DMT (Dimetiltriptamina). O chá é estudado, porque essa substância altera a percepção da realidade e pode ter efeitos terapêuticos, por exemplo, no tratamento da depressão.

Os efeitos aparecem de 30 a 45 minutos, aproximadamente, e podem durar até quatro horas (Mckenna et al., 1998). As b-carbolinas têm propriedades alucinógenas (Cazenave, 1996) e, portanto, contribuem para a atividade da bebida Ayahuasca.