O que os jesuítas faziam com os índios?

Perguntado por: tsalgueiro . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Nos aldeamentos jesuíticos os índios eram educados para viver como cristãos. Essa educação significava uma imposição forçada de outra cultura, a cristã. Os jesuítas valiam-se de aspectos da cultura nativa, especialmente a língua, para se fazerem compreender e se aproximarem mais dos indígens.

As Reduções Jesuíticas
Também conhecidas como missões, as reduções foram aldeamentos criados pelos padres jesuítas, da Companhia de Jesus, com o objetivo do catequizar os índios brasileiros, além de transmitir para eles os costumes e a cultura europeia.

Os jesuítas surgem como responsáveis pela inserção desses sujeitos no corpo social lusitano. Através da catequese, relacionavam-se intercultural mente com os nativos, objetivando a salvação de suas almas. Logo, existe uma relação intercultural funcional ao estado português.

Movido por um Iluminismo anticlerical raivoso, em 1759 Pombal promoveu a expulsão desses missionários de todos os territórios portugueses. Motivo: conspiração contra a Coroa. Seguindo esse exemplo, Carlos III da Espanha também expulsou os jesuítas de todas as terras espanholas em 1767.

Para diminuir a resistência dos indígenas, os jesuítas criaram aldeamentos, chamados de missões, para afastar os povos de sua comunidade e lhes transmitir a cultura e a educação européias. Às vezes, as missões agiam de forma autoritária e violenta. Por isso, muitas foram ineficientes.

Além disso, os jesuítas tiveram um importante papel educacional no Brasil, pois, além da catequese que ministravam aos nativos, educavam também os filhos dos colonos.

Os colonos queriam escravizar os índios para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar, enquanto os religiosos aproximaram-se deles para catequizá-los. Os índios eram vistos como seres inferiores, que necessitavam da conversão ao catolicismo para que suas almas não fossem condenadas.

O método de ensino utilizado pelos jesuítas era principalmente expositivo, livresco, com pouco ou nenhum sentido prático. O cul- tivo da língua nativa e das Humanidades contrastava com o, nem sempre, ajustado, mas inevitável Latim.

Eles desprezam os casamentos, os batismos e transformam tudo isso num pecado. E isso impede que esses povos ajam e reajam diante de acontecimentos políticos, da negação de direitos, diante da negativa de terem a possibilidade de seus territórios sejam demarcados”, adverte.

Atualmente, somos cerca de 16 mil jesuítas atuando em torno de 100 países dos cinco continentes. Ao longo da nossa história, temos colaborado com a transformação da sociedade por meio da espiritualidade, da promoção social, do diálogo intercultural e inter-religioso, do serviço da fé e da promoção da justiça.

Catequese foi sinônimo de empresa colonial, de força, de coerção, de imposição aos índios do medo e do respeito às autoridades coloniais. Mas foi também sinônimo de economia de mercado, comunicação dos povos, estradas transitáveis e escoamento dos produtos da lavoura dos índios.

Os jesuítas encontraram na nova terra grandes dificuldades para doutrinar e converter os nativos à fé cristã. Algumas das dificuldades eram referentes aos índios, como os costumes (antropofagia, poligamia, nomadismo), outras diziam respeito aos próprios portugueses.

O catolicismo foi trazido por missionários que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses. Na época, o estado controlava a atividade eclesiástica. Sustentava a igreja, nomeava bispos e párocos e concedia licenças. "A própria chegada dos portugueses é uma chegada acompanhada de um evento religioso.

O impacto da catequização para os indígenas
A ação dos jesuítas, causou um profundo impacto ao impor aos nativos um modo de vida cristão, condenar suas práticas e crenças tradicionais, alterar suas estruturas sociais desvalorizando a função dos pajés e substituindo seu tipo de moradia.

São José de Anchieta faleceu em Reritiba, atual Anchieta, no estado do Espírito Santo, em 9 de junho de 1597. BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO – Em 1980, Anchieta foi beatificado pelo Papa João Paulo II. Mais tarde, por um decreto do Papa Francisco, em 2 de abril de 2014, o jesuíta tornou-se santo da Igreja Católica.

Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese.

Como papa, ocupou-se da questão da extinção da ordem dos jesuítas, que se estendia desde o pontificado de seu predecessor, Clemente XIII. Diante da solicitação feita pelos Estados católicos, Clemente XIV extinguiu a Companhia de Jesus em 1773, por meio da bula Dominus ac Redemptor noster.

A atuação dos jesuítas contra a escravização dos indígenas criou diversos conflitos com colonos interessados nessa atividade. A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609.