O que os indígenas acreditam que acontece após a morte?

Perguntado por: ealbuquerque . Última atualização: 1 de fevereiro de 2023
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Os rituais funerários, de sua parte, consistem em separar os vivos do morto, fazendo que o último retorne ao outro mundo, mundo não-humano. Toda morte coloca os vivos, nela envolvida, num estado de liminaridade.

Muitos povos indígenas acreditam em deuses e seres mitológicos ligados a elementos da natureza, e o território é o espaço físico onde essas divindades se manifestam. Ou seja: a terra não é apenas o lugar onde os índios moram. É um elemento central da religião e da identidade cultural deles.

Os povos indígenas se veem ligados à natureza e como parte do mesmo sistema que o ambiente em que vivem. Eles adaptaram seus estilos de vida para se adequar e respeitar seus ambientes.

Na cultura Xavante, sempre que um parente morre, a família toda – inclusive as crianças – raspam a cabeça, em sinal de luto e respeito. Segundo a Funai, os Xavantes totalizam 28.000 pessoas hoje, espalhados pelo Estado do Mato Grosso.

O genocídio dos povos indígenas no Brasil existe desde os tempos da colonização portuguesa, com a implementação do cultivo da cana-de-açúcar na costa brasileira. Esse processo consistiu no extermínio das populações indígenas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doenças trazidas pelos europeus.

A pintura corporal indígena tem grande importância e seu significado é muito amplo, podendo ir da simples expressão de beleza e erotismo à indicação de preparação para a guerra ou, até mesmo, como uma das formas de aplacar a ira dos demônios.

Como os indígenas enxergam o mundo? “Na visão de mundo dos indígenas, na qual não se separa matéria do espírito, a terra é apenas um reflexo do céu. Então se tem uma formiga na terra, tem também uma no céu, isso vale inclusive para as constelações”, explicou Afonso.

De acordo com ele, a sociedade tem um preconceito com os índios, pois não sabe a importância da terra para a sobrevivência desses povos: “Com a chegada dos portugueses, em 1500, tudo isso começou a se tornar uma tragédia para a gente, porque nós ficamos presos no sistema.

Os índios vivem uma plena integração com a natureza, por isso consideram sagrados os elementos do meio ambiente, como os rios, as matas e os astros. Os principais deuses indígenas são: Amanaci (deus da chuva), Iaci (da Lua), Araci (do dia) e Coaraci (do Sol).

No século XVI os rituais de canibalismo eram frequentes em pelo menos duas importantes tribos indígenas: os tupis e os tapuias.

Chamado de “O Espírito do Trovão”, Tupã é o grande criador dos céus, da terra e dos mares, assim como do mundo animal e vegetal. Além de ensinar aos homens a agricultura, o artesanato e a caça, concedeu aos pajés o conhecimento das plantas medicinais e dos rituais mágicos de cura.

- A religião indígena era baseada na crença em espíritos de antepassados e forças da natureza. - Os índios faziam festas e cerimônias religiosas. Nestas ocasiões, realizavam danças, cantavam e pintavam os corpos em homenagem aos antepassados e aos espíritos da natureza.

Cacique Raoni, como é conhecido, talvez seja o líder indígena mais famoso do país. Nascido em 1930, no Mato Grosso, ele pertence ao povo Kayapó.

O nome Tupã (o Deus do Trovão dos indígenas) é uma homenagem aos primitivos habitantes do local. O desenvolvimento do município teve a participação dos imigrantes letões, japoneses, portugueses, italianos e espanhóis.

Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos. Passam a noite toda acordados, chorando e rezando pelos seus familiares que se foram. E é assim, com rezas e muito choro, que se despedem, pela última vez.