O que os escravos trouxeram para o Brasil?

Perguntado por: apinheiro . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma.

Os africanos foram trazidos para trabalhar num dos ramos mais avançados da indústria ocidental no século XVI: a indústria açucareira. A mão-de-obra escrava foi empregada em atividades que exigiam trabalho qualificado.

Em relação aos alimentos, vieram da África a banana, o café, a pimenta malagueta, o azeite de dendê, o inhame, o quiabo, o gengibre, o amendoim, a melancia, o jiló, o coco verde, etc.

O negro contribuiu com a cultura brasileira em seus vários aspectos, desde as artes, língua, religião, economia e indústria. O legado africano para o Brasil é imenso. Foram os negros que povoaram o Brasil, mesmo compulsoriamente, ao contrário dos europeus que fizeram daqui uma colônia de exploração.

Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo ...

Além da influência indígena na culinária brasileira, herdamos também a crença nas práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros, para curar alguma enfermidade.

A influência da cultura afro-brasileira é bastante pronunciada em expressões musicais, como Maracatu, Samba, Maculelê, Jongo e Maxixe. Esses ritmos utilizam instrumentos como o atabaque, o afoxé, o berimbau e o tambor. Essas manifestações musicais têm forte influência também sobre as manifestações do corpo.

Os portugueses possuíam uma série de feitorias na costa africana e nela compravam africanos para enviá-los como escravos para trabalharem nos engenhos instalados nas ilhas atlânticas.

Os escravos eram transportados em navios conhecidos como tumbeiros. Os navios negreiros levavam de 300 a 500 escravos, e o tempo de viagem, partindo de Angola, era de 35 dias, caso fossem para Pernambuco; de 40 dias, se fossem para a Bahia; e de 50 dias, se fossem para o Rio de Janeiro.

— Na pesquisa da Universidade de Emory, 90% dos dados relativos à Região Sudeste se aplicam ao Rio, principal porta de entrada de navios negreiros no país. No estudo, foram catalogadas 35 mil viagens, que revelam um fluxo de 10,7 milhões de escravos em todo o mundo.

Para citar alguns dos alimentos trazidos da África para o Brasil, temos o café, banana, coco, gengibre, quiabo, amendoim, azeite-de-dendê, pimenta malagueta, jiló, inhame, entre muitos outros itens trazidos pelos mercadores de escravos.

O produto que o Brasil mais traz da África é o fertilizante. Os adubos respondem por mais da metade de tudo o que o País compra do continente, com US$ 2 bilhões e 2,8 milhões de toneladas no primeiro semestre. O segundo produto da pauta é o petróleo, com US$ 977,5 mil e 1,4 milhão de toneladas.

"Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"... Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba).

A influência africana no Brasil ocorre através de diversos aspectos hoje comuns à nossa cultura, tais como: a língua, a culinária, as danças , as músicas, algumas religiões e demais costumes dos diversos grupos vindos do continente africano.

Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana.

A cultura afro-brasileira tem parte fundamental na construção histórica da nação. Muitos costumes que temos atualmente herdamos dos negros, que precisavam usar seus conhecimentos para, literalmente, "se virar", em meio a situações precárias de moradia, alimentação, lazer, entre outros pontos essenciais.

O candomblé é uma das religiões afro-brasileiras mais conhecidas em todo o País, sendo seu panteão constituído pelos orixás, inquices e voduns, divindades dos povos ioruba, banto e jeje, respectivamente. As religiões afro-brasileiras recebem nomes diferentes dependendo do lugar e do modelo de seus ritos.

Apesar de ser um país com uma vasta constituição cultural, o Brasil apresenta elementos que atestam a desigualdade social entre as diversas culturas que o constituem. A pobreza e a desigualdade social são evidentes nas periferias brasileiras.