O que o Foucault defendia?

Perguntado por: ecalixto . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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Segundo Foucault, a sociedade faz uso abusivo do poder através das instituições, escolas e prisões, por exemplo. A era moderna é definida através da disciplina, que nada mais é do que um meio de dominação que tem como objetivo domesticar o comportamento humano.

Para o filósofo, o domínio no qual se exerce o poder não é a lei, mas, sim, a norma, que produz condutas, gestos e o próprio indivíduo moderno. Para regular a vida dos indivíduos existe o “poder disciplinar”, empregado em hospitais, escolas, fábricas e prisões.

Os estudos realizados por Michel Foucault (1926-1984) apresentam interfaces que corroboram para estudos em diversas áreas de conhecimento, entre as quais a Filosofia, Ciências Sociais, Pedagogia, Psiquiatria, Medicina e Direito.

Uma das principais características do pensamento político de Michel Foucault consiste numa recusa em operar com o conceito de ideologia, bem como no contexto de um conjunto de problemáticas, de formas de pensamento e de expressões que são frequentemente associadas a uma crítica da ideologia.

Em Vigiar e Punir, Michel Foucault mostra por que a Justiça deixou de aplicar torturas mortais e passou a buscar a "correção" dos criminosos. Embora esteja longe de ser um romance, o livro Vigiar e Punir começa com uma narrativa eletrizante, capaz de revirar os estômagos mais sensíveis.

Método em Foucault
Uma definição preliminar e genérica de método poderia ser: “Caminho pelo qual se chegou a determinado resultado”, mesmo quando ocorre de não ser previamente fixado (Lalande, 1926/1993, p. 678).

A disciplina se vale da vigilância como um de seus mecanismos mais eficazes. Foucault mostra que efeitos de poder, tais como o autocontrole dos gestos e atitudes, são produzidos não somente pela violência e pela força, mas sobremaneira pela sensação de estar sendo vigiado.

Foucault cria a ideia de sociedade disciplinar para tentar dar uma resposta à altura do fracasso dos ideais iluministas. Fracasso porque percebemos que nossas sociedades – construídas com base na universalidade da razão, no contrato do consenso social – estão mais para impotentes do que modernas.

Como foi dito, a obra foucaultiana pode ser dividida em três períodos: o Foucault arqueológico, o Foucault genealógico e o último Foucault. Os períodos apresentam ideias e temas diferentes sobre os quais o filósofo debruçou-se.

Foucault rompe com as concepções clássicas deste termo e define o poder como uma rede de relações onde todos os indivíduos estão envolvidos, como geradores ou receptores, dando vida e movimento a essas relações. Para ele, o poder não pode ser localizado e observado numa instituição determinada ou no Estado.

Filósofo francês, Michel Foucault é conhecido por suas teorias acerca da relação entre poder e conhecimento, e como estes são usados para o controle social através das instituições.

Para o marxismo, a subordinação do homem pelo homem tem uma origem e história, remonta-se à divisão da sociedade em classes. Para Foucault, a opressão só tem história, mas é eterna, imanente ao próprio homem. Não há dúvida de que, para Foucault, as relações de opressão são imanentes ao ser humano.

Um crítico da instituição escolar, Foucault ressalta que nas escolas a disciplina é moldada a partir de uma distribuição dos indivíduos no espaço utilizando técnicas para obter um sujeito cada vez mais submisso.

Em suma, o saber é poder: fruto de relações de luta, gerador de relações de poder, instrumento de guerra, meio de dominação, etc. O saber é uma maldade contra as coisas. O saber, dirá Foucault em suma, “não é feito para compreender, ele é feito para cortar” (FOUCAULT, 2007, p. 28).

O que é a sociedade punitiva? Pois bem, o pensador francês parte da ideia de guerra civil. Ou seja, há conflitos ininterruptos na cidade, esses conflitos não a ameaçam, muito pelo contrário, a constituem.

Foucault não fala o que é a loucura, entretanto, fala da loucura, pois relata o que ela é a partir dos discursos de saberes sobre esse objeto vindos de determinadas épocas (no caso, a Idade Média, o Renascimento e a Idade Clássica), de determinados momentos históricos, de um determinado saber específico, ou geral.

A loucura é entendida por Foucault como aquilo que, ao longo do tempo, se transforma, se adequa, se desfaz e se reúne: como aquilo que não será compreendido numa visão meramente positiva, mas que precisa do entendimento das práticas sociais e, portanto, das percepções de cada época para se compreender seu estatuto, sua ...

Sílvio Gallo - Foucault nos ajuda a pensar a educação e a escola pelo menos em três dimensões: a construção do saber pedagógico na dimensão científica; as relações de poder no espaço escolar, permeado pelo disciplinamento e pelo controle; as relações do sujeito consigo mesmo, numa dimensão ética.

Foucault afirma que as instituições não têm essência ou inferioridade, nem são fontes de poder. São mecanismos operatórios práticos que fixam relações. Têm necessariamente dois pólos: aparelhos e regras. O pólo negativo compreende a táctica do poder em sujeitar e reprimir.

O poder disciplinar em Foucault é um poder descentralizado, estratégico e que tem como elementos o espaço e o tempo. A hipótese correlacionada às estratégias de fuga a esse poder consiste nas práticas do cuidado de si.