O que o Brasil mais importa da Rússia?

Perguntado por: agentil . Última atualização: 2 de fevereiro de 2023
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De janeiro a setembro de 2022, foram importados 94,872,161,068 kg em mercadorias da Rússia. Neste período, um dos principais produtos que o Brasil importou da Rússia foram os insumos para fabricação de fertilizantes e adubos.

A Rússia é um dos maiores fornecedores do mundo de metais utilizados em todo tipo de produtos, de latas de alumínio até cabos de cobre e componentes de automóveis. O país é o quarto exportador global de alumínio e um dos cinco principais produtores mundiais de aço, níquel, paládio e cobre.

O Brasil importa da Rússia compostos fosfatados, nitrogenados e potássicos. Os fertilizantes correspondem a mais de 60% do total de produtos russos importados pelo Brasil, com um crescimento de aproximadamente 20% ao ano na compra desse insumo.

Entre os produtos exportados para a China, destacam-se a soja em grão, minério de ferro e petróleo, que respondem por 79% das vendas brasileiras para o país asiático. Até julho de 2020, outros produtos também se destacaram, como carne bovina, com aumento de 160% e suína com 158% de alta.

A Ucrânia é o quarto maior exportador de grãos do mundo. Produz 42% do óleo de girassol do mundo, 16% do milho e 9% do trigo. Além disso, as remessas de trigo da Rússia - o maior exportador mundial - tiveram queda.

O Brasil importou cerca de 365 mil barris de petróleo bruto da Rússia em 2021. O montante equivale a apenas 0,6% do volume total importado pelo país, de 62,9 milhões de barris. Ainda que o Brasil repetisse a decisão dos Estados Unidos de proibir o petróleo russo, o impacto sobre o mercado interno seria ínfimo.

"O solo brasileiro precisa muito de fertilizantes porque ele é naturalmente pobre em nutrientes", explica José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa Solos. "É diferente do hemisfério Norte — dos EUA, da Europa — que são regiões de solos férteis.

Os cinco principais grupos de produtos exportados foram os Combustíveis Minerais (57,8% do total), os Metais Comuns (11,8% do total), os Produtos Químicos (5,1% do total), os Produtos Agrícolas (4,2% do total) e a Madeira e Cortiça (2,7% do total).

Em 2021, a Rússia forneceu 22% das 39 milhões de toneladas de adubos que o Brasil importou, em uma lista que contém ureia (nitrogenado), MAP (fosfatado), nitrato de amônio e potássio.

Ao todo, nove países são responsáveis por exportar o produto para o Brasil e entre eles, o principal é a Bolívia, a qual no ano de 2019 apresentou uma diminuição na importação, pois o Brasil vem comprando cada vez menos gás da Bolívia.

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo (atrás de China, Índia e Estados Unidos) e o maior importador mundial desses insumos. Em 2021, dos mais de 40 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos no país, 85% foram importados.

A guerra teve outro impacto positivo: a valorização do trigo estimulou a produção brasileira, com aumento da área plantada. Entre as commodities agrícolas, foi a que mais subiu desde o início do conflito. De janeiro até o início de junho, o trigo teve alta de 27,8% no Brasil.

A Rússia é o sexto país de quem o Brasil mais compra produtos: foram US$ 5.69 bilhões em importações em 2021, segundo o ComexStat. De fato as Importações da Rússia geram um valor consideravelmente alto para o Brasil.

Rússia e Ucrânia são dois dos maiores exportadores mundiais de cereais, especialmente trigo e girassol, e desde o início da guerra as exportações ucranianas têm sido severamente afetadas pelo conflito, especialmente dado que a Rússia controla as águas do Mar Negro, em cuja costa ficam os principais portos ucranianos.

Pelas dificuldades tecnológicas e logísticas, pelo abandono do investimento no setor e pelas privatizações, o Brasil deixou de produzir fertilizantes em um nível relevante para a produção nacional. Por isso, em um primeiro momento, a solução é procurar novos parceiros exportadores (principalmente o Canadá).

"O Brasil precisa de fertilizantes porque o solo brasileiro é pobre em nutrientes e possui baixa fertilidade, principalmente nas regiões de destaque para a agricultura brasileira, onde ficam plantações de soja no cerrado, por exemplo.