O que Nietzsche quis dizer com a frase Deus está morto?

Perguntado por: dbelchior5 . Última atualização: 20 de maio de 2023
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A sentença "Deus está morto" significa: o mundo supra-sensível está sem força de atuação. Ele não fomenta mais vida alguma. A metafísica, isso significa para Nietzsche a filosofia ocidental entendida como Platonismo, está no fim.

Deus está morto

1. "Deus está morto". Essa é uma das frases mais famosas e polêmicas de Nitetzsche. O pensador, que vinha de uma família de pastores com forte ligação com o cristianismo, em determinado momento de sua vida rompe com a religião.

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte." "A justiça é retribuição e troca sob a condição de uma posição de poder aproximadamente igual."

2.1 Tornar-se quem se é para Nietzsche
Nietzsche filósofo da força, afirma que para o homem não deve existir nada que possa impedi-lo de ele se tornar quem ele que ser.

Quando Nietzsche afirmou que “Deus morreu e quem o matou fomos nós”, com isso ele estava querendo dizer que a crença na razão e na evolução da ciência estava substituindo o papel originalmente desempenhado pela fé e pela religião.

Quando escreveu “Deus está morto”, o filósofo não queria dizer que a entidade divina tinha deixado de existir — e sim questionar se ainda era razoável ter fé em Deus e basear nossas atitudes nisso. Nietzsche propunha que, recusando Deus, podemos também nos livrar de valores que nos são impostos.

Ele critica uma sociedade edificada sob o ideário cristão que está amparado em uma moral que, por séculos, foi usada como mecanismo de domínio e manutenção de poder. Nietzsche entende o Cristianismo enquanto negação da vida e/ou Religião da decadência.

Para Nietzsche, Jesus então se enquadraria na tipologia do “idiota”. Com efeito, Jesus não afirmaria nem negaria o mundo, sendo, em verdade, uma personalidade inocente, cândida (NIETZSCHE, F. AC, § 29).

A morte de Deus é algo desejável, assim como a ascensão do niilismo, tais fatores complementares ou que expressam a mesma ideia são o que possibilitam a empatia, a caridade, a solidariedade e a compreensão com o diferente. Lembrando que morre o Deus moral, mas não necessariamente Deus.

Para Nietzsche, Jesus não é o Cristo dos cristãos. Melhor dizendo: “o tipo do redentor nos foi conservado apenas numa grande distorção” (AC/AC,§31).

Suas ideias-chave incluíam a crítica à dicotomia apolíneo/dionisíaca, o perspectivismo, a vontade de poder, a morte de Deus, o Übermensch e eterno retorno.

Segundo Nietzsche, a moral é uma criação humana, que não existe por si mesma, mas que corresponde a um conjunto de costumes e valores que fazem parte de um momento e um período específico, mantidos por uma série de pessoas que aderem a esta e a reproduzem mais pelo hábito e pela submissão, do que pelo valor que ela ...

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A filosofia de Nietzsche
A filosofia nietzschiana é marcada pela crítica aos valores iluministas e racionalistas, a valores morais e religiosos em vigor na época de sua produção intelectual. O autor apresenta a relativização das noções de bem, verdade, mal, justiça, virtude e Deus.

Humano, demasiado humano – é o primeiro livro de Nietzsche escrito sob a forma de aforismos e também representa a ruptura com o pensamento de dois pilares da sua formação: Richard Wagner e Schopenhauer. Para afastar-se do romantismo do primeiro e do pessimismo do segundo, o filósofo se inspira no iluminismo.

Para Nietzsche, o caminho que leva a si mesmo passa pela exterioridade, pelo contato com o outro e, sobretudo, pelo contato com o seu educador.

Nietzsche dizia “ouse conquistar a si mesmo”. E o filósofo do voo radical do sentido das coisas é inspiração quando precisamos ultrapassar limites e conquistar ousadia nos voos. Então, fica o convite: ouse conquistar a si mesmo. Vai haver momentos de extrema confiança e também de fraqueza.